The Mars Volta - The Bedlam Goliath

sábado, 1 de março de 2008

The Mars Volta - The Bedlam Goliath

Por FiliPêra

Três coisas que você precisa saber antes de começar ouvir o álbum The Bedlam Goliath (regras essas que valem para qualquer CD da banda):

1- O Mars Volta não segue qualquer regra ou clichê da música, sendo às vezes até mesmo difícil identificar o refrão da música.

2- As músicas contém longos trechos de ruídos estranhos e instrumentos pouco convencionais, lembrando os momentos mais viajantes do rock progressivo, principalmente sua vertente movida a ácidos.

3- Ouça o álbum inteiro de vez, isso vai ajudar muito. E se não gostar, ouça de novo. Lá pela terceira e quarta vez você vai estar plenamente acostumado.

Feito isso, vamos ao álbum.

The Bedlam Goliath é o quarto CD da banda The Mars Volta, e, incrivelmente, seu trabalho mais digerível. Me explico: quem já teve contato com qualquer CD dos caras sabe que as músicas deles são as coisas mais diferentes a aparecerem na indústria nos últimos tempos. São canções de sete minutos, no meio de outras de treze, e tudo isso dentro de um álbum conceitual. Parte dessas coisas saíram nesse quarto trabalho e deram lugar a um trabalho mais linear e menos psicodélico...mas sendo igualmente bom!!!

Parte do motivo para uma mudança vem na própria temática; ao invés de contar os pensamentos de uma pessoa em coma (temática do primeiro álbum: De-loused in the Comatorium), ou o processo de lobotomia sofrido por uma mulher (segundo álbum: Frances the Mute), ou ainda o fanatismo religioso (em Amputecthure, terceiro trabalho) eles uma temática mais espiritual (nas letras) e uma linha mais pesada e rocker (nos instrumentos).

A história por trás desse álbum é mais estranha que os anteriores. Durante um passeio a Jerusalém, Omar Rodriguez-Lopez, instrumentista e produtor da banda, encontrou, em uma loja, uma tábua de ouija, usada para, supostamente, se conversar com o além. Durante uma das coversas ele teria recebido uma história de um homem e uma mulher, e que teria traição, sedução e morte. Segundo o próprio Omar, várias letras vieram diretamente da tábua. Ao final da gravação do álbum ele teria enterrado o objeto, para espantar uma maldição que ela teria atraído para ele.

Histórias à parte, o álbum saiu e as várias qualidades sonoras da banda estavam presentes, e ainda em um álbum mais coeso, sendo ponto de partida ideal para quem não conhece o Mars Volta. Mas mesmo assim se prepare para longos solos de guitarra, músicas gigantes (Cavalletas é a maior, com 9:32, que chega perto de Miranda That Ghost Just Isn't Holy Anymore A. Vade Mecum, com 13:11, do álbum Frances the Mute).

O engraçado é que apesar da banda ser completamente anti-comercial, os álbuns vendem bem e somados chegam a mais de dois milhões de cópias; e ainda por cima lança moda, com bandas como Menama e Mogwai, que também possuem muita qualidade; e outras de gosto duvidoso as quais não vou nem citar.

Na dúvida fique com o original!!!