Especial sobre vampiros

 

Na última segunda, fui à livraria, como tenho costume de fazer pelo menos umas vez por mês, e notei uma curiosa aglomeração de pré-adolescentes em uma estante de revistas. Se fosse a seção de revistas como Capricho e derivadas, eu até compreenderia, mas elas estavam próximas de revistas mais "sérias" como Veja e Carta Capital. Fui ver então qual revista atraía tanto a atenção. Era um especial da Mundo Estranho (filho direto da SuperInteressante e praticamente idêntico) sobre vampiros. Às vezes fico impressionado com esse tino comercial da publicações da editora Abril. Estréia a última temporada de Lost, fazem um guia da série, lançam uma cinebiografia de Chico Xavier, a capa da próxima edição será a do médium. Logo, em tempos de Crepúsculo e Vampire Diaries, já era de se esperar o lançamento de um especial sobre vampiros.

A capa é impressionante. Reluzente e com detalhes em alto e em baixo relevo chama realmente a atenção para a revista. Mas assim como a maioria das revistas da Abril, ela parece se preocupar mais com a qualidade gráfica do que com o conteúdo em si. A edição é feita de perguntas e respostas, como já é tradicional nas edições comuns, com curiosidades que os estudiosos de vampiros sempre sonharam saber: "Os vampiros são imortais?", "Os vampiros tem os sentidos apurados?", "Os vampiros podem sair à luz do dia?". Jura mesmo que eles pensam que ninguém já está cansado de saber dessa coisas. Só faltou eles colocarem: "Vampiros sugam sangue?".

Não que não haja material interessante e relevante na publicação.  Mas o problema é que ele não passa de uma compilação de tudo o que já foi publicado sobre vampiros em toda a história da Mundo Estranho. Quem assina ou compra a revista, que é relativamente nova, pode comprar a edição especial e se arrepender amargamente por já ter lido boa parte do que lá está escrito.

Enfim, a edição especial sobre vampiros só é recomendada para pessoas que só passaram a se interessar por vampiros depois de Crepúsculo e que nunca compraram uma Mundo Estranho na vida. É o único público que conseguirá apreciar completamente esta publicação. Ao menos não desperdicei meu humilde dinheirinho nisso. Li o que que tinha que ler lá mesmo e peguei os quinze reais, que é preço pelo qual é vendida, juntei com mais R$ 30, e comprei Noturno, livro do melhor diretor de cinema da atualidade, Guilhermo del Toro. Aconselho todos a fazerem essa boa ação consigo mesmos.