Continuando com o caso do produtor que ficou furioso com o mal desempenho de Guerra ao Terror e resolveu colocar a culpa nos downloaders (como você leu AQUI e AQUI), foi liberado um lote com 700 endereços de IP dos primeiros sortudos que provavelmente receberão um belo processo. Os números foram entregues para um tribunal americano… e só. O problema da lista foi a falta de detalhes técnicos expondo que métodos foram usados para se obter tais dados, o que pode demonstrar uma incorreta - ou até mesmo ilegal - forma de se apurar quem de fato fez os downloads. Junto com o IP - que qualquer um com mais de dois meses de uso de computador sabe que não é um dado único e intransferível - está a hora em que a suposta infração ocorreu.
A idéia da US Copyright Group (USCG), a empresa que está dando assessoria pra produtora de Guerra ao Terror, é que o Tribunal ordene aos provedores de internet que eles revelem quem está por trás desses números, pra depois oferecerem um acordo de US$ 2.500 (sim, duas mil e quinhentas doletas… quanto é um ingresso de cinema mesmo? Ou um DVD/Blu-Ray?) para cada um deles. Desse jeito, eles esperam melhorar os ganhos deles, já que parece que a bilheteria do filme não foi muito bem…
Cerca de uma dúzia de ISPs têm clientes com números na lista, e uma ausência perceptível é a da Time Warner - vá saber se o fato dela ser um dos maiores estúdios de cinema do mundo tem a ver com isso - que diz que esse processo é por demais lento e a apuração ia ser excessivamente burocrática e, provavelmente, inconclusiva.
O problema maior está no âmago da prova: IP não é prova definitiva de nada. Se um indivíduo tem uma rede WiFi e um bendito lamerzinho de 15 anos invadi-la e baixar Guerra ao Terror por lá, adivinha quem vai ficar atolado em problemas? Sim, o dono da rede. Pode ser patetice de quem não criptografou a rede corretamente, mas creio que não existe lei obrigando alguém a ter a rede protegida, e mesmo que exista, o criminoso foi quem baixou o filme, e todos os casos de downloads necessitam desse tipo de investigação. Fora que existe um monte de provedores que utiliza IPs dinâmicos, e o fato de que a USCG está sendo acusada - não formalmente, por enquanto - de “chantagem legal e assédio”, além de reunir outras empresas americanas e britânicas para fazer processos semelhantes e expandir um pequeno negócio de luta contra a pirataria. Resumindo: as coisas não são tão simples assim…
Abaixo está a lista dos IPs contemplados. Caso você seja paranóico e quiser saber se o seu está no meio, clique AQUI pra saber seu IP, e depois passe o olho na lista.
[Via Torrent Freak e CrunchGear]
3 Comentaram...
É uma ironia do destino que o nome do filme que gerou o processo seja "Guerra ao Terror"?
Pena que em inglês o nome do filme não tem nada a ver com isso...
Me ferrei! hauhauhua
Só pra dizer que dá sim pra saber quem tá acessando mesmo que seja um computador clandestino na rede. É só procurar direito. Cada roteador(mesmo os safados que a gente usa em casa) registra o endereço IP, a hora e o endereço MAC(esse sim o mais importante e que a maioria das pessoas nunca ouviu falar e acho que o FeliPêra tb não).
O endereço MAC é o endereço físico da máquina e é intransferível, já que não há duas placas de rede no mundo com o mesmo endereço. É como um número serial que identifica o fabricante, modelo e seus detalhes.
Cruzando-se os dados fica fácil de identificar o "elemento" ou pelo menos a máquina que ele baixou o arquivo.
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