Roteirista: Grant Morrison
Artista: Frank Quitely
Se você acha que o máximo de surrealismo e meta-linguagem que poderia existir nos quadrinhos foram as aventuras do Homem-Animal...tá na hora de ler Flex Mentallo, escrita pelo mesmo,e sempre genial,Grant Morrison.
O "Herói" nasceu nas páginas da Patrulha do Destino, como um personagem secundário, mas quando terminou sua fase na revista o escocês resolveu lançar uma minissérie para o personagem.
E não poderia ser melhor...
Todos os leitores de HQ's conhecem (ou deveriam conhecer) a genialidade de Grant Morrison. Ele, assim como Alan Moore, extrai inteligência dos personagens mais pífios e ridículos (leia o
Homem-Animal e entenda o porquê) com suas histórias viajantes e cabeças. Alguns podem reclamar do seu estilo e chama-lo de hermético, complicado; mas é inegável o sua facilidade de criar boas histórias, com inteligência e por que não: charme. Uma das principais aquisições americanas advindas da invasão inglesa dos anos 80, o escocês, além de possuir obras menores e de menor apelo, como: Sebastian O, Como Matar seu Namorado, WE3, Os Invisíveis (sua melhor obra), também fez incursões no universo mainstream de primeira grandeza: leia New X-Men, sua Liga da Justiça, ou sua minissérie do Quarteto Fantástico, ou ainda Asilo Arkham, na qual Batman percebe que o seu nível de loucura não está muito abaixo do de seus inimigos, e comprove isso.
Aqui em Flex Mentallo ele não foi econômico em complicar a história e tornar tudo mais difícil
para um leitor iniciante, mas com um pouco de dedicação e esforço pode-se entender perfeitamente.
A trama se inicia com uma pequena ameaça surgindo, várias bombas, que não explodem, são jogadas em lugares estratégicos por uma tal de Faculdade X. Flex, um herói bobão, típico da literatura pulp dos anos 40, começa então a investigação que o levará a descoberta de universos paralelos, do tecido quântico da realidade, entre outras coisas. Toda a história é bem conduzida, com diversas camadas para serem compreendidas, tendo inclusive a participação do escritor de Flex Mentallo (***SPOILER DE OUTRA OBRA ***diferente de Homem-Animal, aqui Grant Morrison não participa "ativamente" da história***FIM DO SPOILER), que reage de acordo com a história.
Quanto a arte: é de Frank Quitely, uns odeiam, outros amam. Eu gosto muito, principalmente da
narrativa cinematográfica dele, com um ótimo aproveitamento de todos os quadros. Alguns reclamam que seus desenhos são esquisitos, mas passam longe disso, vide seu espetacular trabalho no já citado WE3.
Enfim, não é uma obra para todos os gostos (os inúmeros fãs de Morrison com certeza gostarão, ou gostaram já que a obra, apesar de inédita no Brasil, saiu em 96; procure em scans) e como é de praxe com as HQ's do autor, é bom ler várias vezes, mas todos os que se esforçarem com certeza gostarão do resultado.
Nota: 9,0
FiliPêra
1 comentário
Ele fez um puta trabalho também, as novas aventuras de Hitler... Lisergia valendo, daquelas que só ele sabe fazer.
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