Facebook não liga pra mafiosos, mas odeia peitos cheios de leite

 

Acho que essa imagem não seria deletada!

Cá entre nós: redes sociais se diferem exclusivamente pelo público que atraem. Enquanto umas atraem profissionais, e os ajuda a se relacionarem, outras preferem conclamar as massas e vencer pelo número de pessoas. Mas, no fim das contas, todas elas se parecem, independente de suas ferramentas. Todas elas têm trolls aos montes (ao menos as que experimentei: MySpace, Octopop, UolK – as duas últimas são um lixo – e, claro, o Orkut), comunidades, perfis gigantescos, álbuns com fotos de biquínis travados e outras chatices. No fim das contas você decide entrar não na mais cool, ou a com menos bugs, você escolhe a que tem mais gente que você conhece.

Essa enrolação toda aí em cima foi para falar da rede social do momento: o Facebook, já comparado ao Google em termos de criatividade e empreendedorismo, e que nesse Natal bateu recordes de acessos devido ao tédio de seus usuários. O problema é que eles estão desagradando dois grupos importantes dos seus usuários: italianos e mães que amamentam.

Os habitantes da terra do sapato não estão nem um pouco felizes com o culto que certos grupos do Facebook estão fazendo a certas figuras mafiosas. É gente como Bernardo Provenzano, considerado o “Poderoso Chefão” da Itália, preso em 2006, após 40 anos foragido da justiça. Outro mafioso que virou objeto de culto é Toto Riina, responsável por assassinatos de juízes e outras cosítas más. Os ativistas anti-máfia, unidos sob o nome de  Fora Máfia do Facebook, ou Nós ou Eles – que chegou a fazer um abaixo-assinado que recolheu mais de 20 mil assinaturas em meros três dias – querem que o Facebook censure os fóruns em que estão presentes referências a grupos mafiosos (o que não deve acontecer). No geral tais manifestações recebem o apoio dos políticos, principalmente dos parlamentares (muitos deles com envolvimento com a Máfia), mas todos eles são avessos a censuras em redes sociais.

Se os italianos parecem estar fazendo tempestade em copo d’água (afinal tais comunidades não têm mais que 5 mil pessoas em contraste com as mais de 20 mil que estas organizações tem), o grupo de amamentadoras tem muita razão de estar protestando. O Facebook está removendo diversas fotos de mães amamentando devido ao aparecimento da aureola ou do mamilo, pois isso viola os termos de uso da rede, que deve estar protegidas para as crianças (que já meteram a boca em um peito, ou uma imitação de um, quando eram crianças). Foi exatamente o que disse o porta-voz do Facebook, Barry Schnitt:

"Fotos contendo uma mama totalmente exposta (exibindo o mamilo ou aréola) violam estes termos (material obsceno, pornográfico ou sexualmente explícito) e podem ser removidas"

Tal posição anti-materna está levando as mães a se mobilizarem. Foi até mesmo fundada uma organização para dar uma cutucada em Mark Zuckerberg & cia. O nome da aglutinação não poderia ser mais sugestivo: "Hey Facebook, breastfeeding is not obscene!" ("Ei, Facebook, a amamentação não é indecente!"). Além disso foi feita uma petição para ajudar no caso, o que atraiu mais de 80 mil nomes (eh! anti-mafiosos, mostrar mamilos é mais relevante, sorry) e mais de 10 mil comentários. Mas o Facebook se mantém firme, e diz que se essas mães republicarem as fotos deletadas, podem ser expulsas do serviço (pelo depoimento de certas mães, fios dentais são livres).

Eu diria: que povo reclamão!!! Enquanto lá (na Austrália) fora eles reclamam de não poderem expor uma parte do corpo, ou da manifestação de grupos que gostam de criminosos (eles não o são, podem ter certeza), que mudariam de lado de tivessem as propriedades da família extorquidas; aqui no Brasil a gente tem que conviver com coisa pior. Ou as fotos abaixo (via GTO) não são provas de que a inclusão digital e a popularização das lan houses de esquina mostram um lado do Brasil que a gente prefere fingir que não existe?

 

Tá bom, elas divertem… e muito!

[Via O Globo e Plantão Info]