terça-feira, 6 de maio de 2008

Avatar FiliPêra

Academia Umbrella - A Comitiva do Apocalipse

 

                                      Academia Umbrella1-00

 

Por FiliPêra

 

Às vezes é bom se surpreender, após ter dado uma chance a alguma coisa que você tinha certeza que não seria boa! Aconteceu comigo. Não passava pela minha cabeça que um dia iria ler uma HQ escrita por Gerard Way, o afetado (e admito, talentoso) vocalista do My Chemical Romance. E num belo dia de ociosidade estou dando uma olhada no Vertigem quando me deparo com a dita HQ. Li os comentários entusiasmados do Von Dews (o mantenedor do Blog, que não costuma gostar de coisa ruim, apesar de ser bem eclético) e resolvi dar uma chance. Li o número Zero, uma espécie de apresentação que não chegou a me animar (principalmente por causa dos nomes de dois personagens: Fofoca e Espírita), mas prossegui. Lá pelo terceiro número já estava totalmente estretido com a revista, e ávido para chegar ao seu final. A narrativa não é nada revolucionária, mas sabe muito bem dosar momentos de ação extrema, com as sempre necessárias explicações.

                006

Sete jovens com poderes especiais, nascido no mesmo dia (na verdade nasceram 42, mas só encontraram sete) foram adotados pelo Dr. Hargreeves com o intuito de salvarem o mundo. Eles, em sua infância cumprem o papel muito bem. Mas quando o Hargreeves morre, uma ameaça maior que todas as outras surge. Coloquem aí vilões góticos, planos de destruição mundial, viagens no tempo e heróis corruptíveis. Apesar de conter as já famosas fórmulas de heróis e vilões, a trama se prende mais nos conflitos de seus personagens, o que torna tudo mais interessante.

Parece básico, mas o roteirista consegue tornar isso melhor do que parece. E para isso ele não esconde as referências que usou para construir a história Umbrella_Academy_#003_015da Academia do Guarda-Chuva. E a principal delas, como não poderia deixar de ser é a Liga Extraordinária; e isso traz uma vantagem e uma desvantagem. Ao utilizar como principal referência o texto genial de Alan Moore o autor conseguiu, com mais facilidade elementos que tornaram sua trama interessante e longe de ser cansativa. A desvantagem? Ele talvez não consiga escapar das comparações com o mestre inglês, o que é uma covardia das piores. O texto de Way não tem pretensão de ser genial, ou de revolucionar (coisa que automaticamente é exigida de Moore), mas simplesmente ser uma boa trama de ação e aventura, o que ele consegue com folga. Mas o vocalista emo vai ainda mais longe nas referências, ao colocar em Academia Umbrella ecos de Patrulha do Destino, de Grant Morrison, criando heróis esquisitos e conflitos internos que, ainda por cima, o aproximam ainda mais da Liga de Moore.

Apesar de ele não ir muito a fundo (me corrijam se Eu estiver errado, mas essa HQ já começou com cheiro de continuação, o que não é ruim) na construção dos eles conseguem ser interessantes, principalmente o Número 5. Imagine um menino de dez anos (seu corpo parou de se desenvolver, devido ao fato de ter viajado no tempo) boca-suja e violento ao extremo. Além disso Pogo, o chimpanzé que ajuda na Academia é muito parecido com um mesmo chimpazné que está em The Filth, uma das HQ's mais sinistras de Grant Morrison (ponto para Way se leu), até uma referência ao assassinato de John Kennedy tem (leiam The Filth e entendem. Links para download no Anarquia Nerd amanhã).

Outro ponto forte é a arte. Os desenhos de Gabriel Bá, o brasileiro responsável pelo famoso fanzine 10 Pãezinhos (ao lado do irmão gêmeo,gerard Fábio Moon) podem parecer estranhos à primeiro vista para quem não conhece seu trabalho, mas logo se tornam essenciais para o andamento da trama, com uma narrativa fluída e um traço ao mesmo tempo simples e detalhado. O interessante é que sua arte lembra muito a de Eduardo Risso, o argentino responsável por 100 Balas, mas com um clima um pouco mais infantil. Destaque para as cenas sangrentas nos últimos números. O responsável pelas capas

                                                                                                        Gerard Way

espetaculares é James Jean, o mesmo de Fábulas, um dos maiores sucessos da Vertigo da atualidade.

O único senão fica para os vilões. Fracos e sem motivações. É simplesmente um bande de góticos de uma orquestra (se for uma referência coloquem nos comentários, que Eu me retrato) querendo destruir o mundo, e convocam para isso a Número 7, a irmã que fugiu da Academia.

Mas esqueçam os esses pequenos erros e atentem para os (surpreendentes) acertos de Way, no seu primeiro (se vêm outros por aí Eu não faço idéia) trabalho. Vocês não se arrependerão!

 

Autor: Gerard Way

Artista: Gabriel Bá (desenhos) e James Jean (capas)

Páginas: Aproximadamente 120

 

Nota: 7,5

3 Comentaram...

Anônimo disse...

Muito phooda

Anônimo disse...

Oi gentee. Pode confiar, esse, pra mim, foi a melhor história que eu já vi. É surpreendente e emocionante. The Umbrella Academy não merece 7,5. Merece 10. Se vooc aprecia uma boa história, pode crer, voce vai gostar.
P.S: A banda de Gerard Way (My Chemical Romance), é muito boa.

.: Rhaveny:. disse...

cara quando ouvi dizerem que o Gerald estava fazendo uma HQ eu achei que não ia sair boa coisa e não saiu, saiu uma coisa ótima! Quase tanto quanto a banda dele! já tenho quase todas, menos alguns números da Dallas. é uma boa historia e acima de tudo sem piedade na hora de fazer poças de sangue ou gente decepada... Adorei a T.U.A.! O Gerald escreveu muito bem e com um brasileiro no lápis só podia sair algo ótimo! Tomara que continuem assim por um bom tempo!

Postar um comentário

Mostre que é nerd e faça um comentário inteligente!

-Spams e links não relacionados ao assunto do post serão deletados;
-Caso queira deixar a URL do seu blog comente no modo OpenID (coloque a URL correta);
-Ataques pessoais de qualquer espécie não serão tolerados.
-Comentários não são para pedir parceria. Nos mande um email, caso essa seja sua intenção. Comentários pedindo parcerias serão deletados.
-Não são permitidos comentários anônimos.


Layout UsuárioCompulsivo