sábado, 20 de outubro de 2007

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A Voz do Fogo




Que Alan Moore é um gênio indiscutível dos Quadrinhos, todo o mundo já sabe. Mas uma dúvida (que está mais para curiosidade) pairava: como ele se sairia sem o auxílio dos desenhos de quadros?
A resposta está aí, e chama-se A Voz do Fogo.
O autor, logo de cara, mostra, a exemplo do compatriota Neil Gaiman, que é genial em qualquer uma das duas artes (Literatura e Quadrinhos). A sua narrativa detalhada, com adjetivos rebuscados e bem colocados, cai muito bem na literatura e não apenas como indicações para um desenhista. A cabeça do leitor faz muito bem o papel de dar vida ao universo criado (na verdade reproduzido) por Moore.
Toda a história gira em torno do processo de criação e desenvolvimento de Northampton, cidade natal de Moore. Mas isso não é feito de forma comum, e sim através de doze histórias (que
obviamente acontecem todas na cidade), que aos poucos vã ose interligando e mostrando diferentes facetas do lugar. Para se ter uma idéia a primeira (e uma das melhores) história do livro, O porco do bruxo, que se passa 4000 a.c., mostra inclusive uma língua inglesa em processo de formação, de uma forma bem primitiva.
Aos poucos as outras histórias vão se desenvolvendo e avançando no tempo, e o autor vai mostrando outros aspectos da sociedade. E o autor vai criando personagens cada vez mais carismáticos (mas os principais das duas primeiras histórias são os melhores). Mas se tem um personagem no livro (além é claro, da cidade de Northampton) é a magia. O segundo capítulo mostra isso de uma forma clara e bem feita.



Leia, releia e releia de novo. É Moore mostrando que é o um dos maiores narradores de sua geração e dá um sopro de originalidade na literatura (leia o capítulo final e entenda o que eu quero dizer).

Nota: 8,5

FiliPêra

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