quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

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O Suspense está de volta: Alan Wake

Por Sayron Schmidt

 

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Bons tempos aqueles quando coloquei minhas hávidas mãos no primeiro Silent Hill, lá por meados de 2001, em meu PSOne e a muito tempo um jogo não me empolgava da forma como Silent Hill o fez.

É claro que, com o passar dos anos e o lançamento de novos jogos da série, fui me afastando aos poucos, até não me interessar mais pela franquia, achei que decaiu muito, ficando repetitivo, chato e previsível. Por conta disso, sempre senti falta de jogos de terror, misturados com suspense e a necessidade de sobrevivência constante. Isso até uns três meses atrás quando tive a oportunidade de jogar o Alan Wake, mas antes, algumas explicações devem ser dadas.

Sempre fui um Sonysta nato, acho que o Playstation revolucionou o mercado quando surgiu, deixando para trás Nintendo e a Sega. Mas sempre fui aberto a novas experiências, então joguei todas as plataformas possíveis durante minha infância e adolescência. Só que uma nunca me empolgou muito com o XBox. Não sei dizer o porquê, mas até o Dreamcast me animou mais do que ele.

Lançada a segunda geração do XBox, ele continuou sem chamar minha antenção, já que tudo o que havia disponível para ele também existia para o PS3, mas isso foi até eu ouvir falar de um tal de Projeto Natal, mais tarde revelado como o Kinect. Gostei da idéia de jogar sem controles (com a galera, só para dar risada, lembrando o Wii, que era divertido e eu conseguia jogar sentado) e usar a “força” para mover personagens, objetos e outras coisas presentes nos jogos, mas nunca coloquei na lista de prioridades.

Então anos mais tarde, minha esposa queria jogar algo que fosse além do Wii, uma experiência diferente e assim a apresentei o Kinect, que, praticamente, me obrigou a comprá-lo para ela.

Vou dizer que o Kinect é algo bacana, mas não foi feito para mim, ainda prefiro o bom e velho sofá, um copo de coca-cola/cerveja e o controle, movimentando apenas os braços e a cabeça para acompanhar a curva em algum jogo de corrida ou me abaixando levemente tentando fugir de um golpe desferido pelo inimigo. Não curti o fato de ficar em pé, pulando, suando, “dançando” ou qualquer coisa que exija demais do meu já debilitado preparo físico. Assim precisei buscar alternativas de jogos, pois sabia que existiam franquias exclusivas dele e poderia ser uma nova experiência com games.

Ao abrir a caixa do console a primeira coisa que vi foi um envelope (estilo giftcard) com a capa do jogo Alan Wake, li as instruções e ali estava minha possível primeira experiência com jogos do XBox 360, primeiro porque eu ganhei o direito de fazer o download do jogo de graça e segundo porque eu andava meio “quebrado” financeiramente.

Já que é de graça vamos baixar e jogar né?

O jogo foi lançado em 2010 e seria um jogo exclusivo para o Xbox 360 pela Remedy (mesma produtora de Max Payne 1 e 2) e escrito por Sam Lake (também escritor de Max Payne 1 e 2), mas a última notícia que li informava que no primeiro semestre de 2012 o jogo seria disponibilizado para PC. Espero que essa notícia se concretize mesmo. Mas vamos ao jogo.

Confesso que nas primeiras cenas do jogo ele impressiona e chama a atenção do jogador com bons gráficos, uma trilha sonora bem interessante e uma jogabilidade confortável com o controle do XBox 360 (eu achava o Sixaxis o auge dos controles, mas fiquei com dúvidas após jogar Alan Wake e Gears of War, mas esse tema fica para outro dia).

Tudo começa com Alan Wake contando um pouco de sua história e sobre um pesadelo que teve dias antes. Este é a introdução do jogo, onde você vai aprender os comandos, movimentos e afins.

 

Introdução, com dublagem em português feita pela equipe Dubla Alfa Generation.

Passado essa parte, é hora do bicho começar a pegar de verdade.

Só para se ter uma idéia do nó que nosso cérebro toma no começo do jogo, depois do sonho, você está em Bright Falls, Washington, numa balsa com sua bela esposa, Alice. Alan Wake está há dois anos sem conseguir escrever um livro e está em crise, então Alice resolve que ambos devem passar umas férias nessa pacata cidade. Ao chegar a uma cafeteria, rolam alguns eventos que fazem com que uma senhora sinistra troque a chave do local onde eles ficariam, fazendo com que eles fossem diretamente até uma ilha em meio ao lago, com uma casa, digamos, assustadora. Ao chegar ao local e descarregar as bagagens, Alan vê que sua esposa havia levado uma máquina de escrever, fazendo com que ambos discutem e ele resolva esfriar a cabeça dando uma voltinha pela ilha e é ai que ele ouve um grito de Alice.

Ao chegar onde ela estava, ele a vê sendo puxada para dentro do lago e ele faz a única coisa que vem a cabeça, saltar na água atrás dela. Mas ao cair sobre a água ele perde a consciência e acorda dentro do seu carro em um acidente na estrada.

Agora você pensa: “Que merda é essa?!?”

 

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Sim!! Essa é a base do jogo inteiro. Reviravoltas, suspense, ação, falta de munição em momentos críticos e assim por diante. Não tem como não curtir o jogo.

Enquanto você vaga pela pequena e assustadora Bright Falls, coletando rascunhos de um livro escrito por Alan e que ele não lembra de ter iniciado, garrafas de café e viaja por ilusões e pesadelos, ainda existe a necessidade de lutar contra criaturas dominadas pelas trevas e você terá apenas uma lanterna e algumas armas a sua disposição, além de não poder esbanjar muito no gasto com munições, pois pode acontecer de você ter de sair correndo por não ter mais munições disponíveis.

Esse é o tipo de jogo que te envolve de uma forma inexplicável. Vagar pela cidade ou pela floresta durante o dia é a coisa mais tranquila do mundo, mas a coisa muda de figura ao cair a noite. Uma névoa está sempre espreitando os passos de Alan. Com gráficos excelentes, a sensação de caminhar em uma floresta sombria é arrepiante, deixando o jogador sempre em estado de alerta, pois a qualquer momento a neblina pode aumentar, a trilha sonora mudar para uma música mais acelerada e você ser atacado por hordas de seres da escuridão. Isso quando não é obrigado a fugir de um pseudo-tornado negro do mal que arremessa objetos de grande porte em você como carros e tratores.

A jogabilidade é prática e intuitiva, mesmo aqueles acostumados ao controle da Sony, não terão dificuldades em se adaptar ao modelo e aos comandos no controle do XBox 360. Mirar com a lanterna, focar a luz até a sombra protetora sumir do inimigo e abrir fogo até ele virar faíscas, tudo isso sem esquecer-se de cuidar da vida de Alan (que recarrega automaticamente, mas de forma bem vagarosa, exceto quando se encontra embaixo de uma fonte de luz), da carga da lanterna e de sua escassa munição. É complicado no início, mas depois de um ou dois capítulos você se acostuma.

 

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E por falar nos capítulos, essa é um diferencial no jogo. Ele é dividido em 6 episódios, como em séries de TV e ao término de cada existe uma música especial para animar os corações dos jogadores. De David Bowie (Space Oddity – 1969) a Poets of the Fall (War – 2010), do clássico ao moderno, o rock aparece durante a trilha sonora do jogo.

Os gráficos são belos, conseguindo passar a sensação de cidade pacata durante o dia e de filmes de suspense durante a noite. Em alguns momentos, quando se está em uma parte alta da cidade ou da floresta, vale a pena parar e admirar a paisagem bem construída e detalhada de Bright Falls, fazendo bom uso dos recursos do XBox 360.

 

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Um dos poucos problemas que encontrei no jogo foi sua curta duração. Achei que eles poderiam ter explorado um pouco mais a trama e tê-la deixado mais completa. Como o jogo conta com dois DLCs (The Signal, que começa exatamente onde o jogo principal começa e The Writer, que continua o episódio The Signal) e uma suposta continuação que enche colunas de blogs sobre games de informações de um possível Alan Wake 2, já desmentida por Mikko Rautalahti e informada que será quase outro DLC, chamado Alan Wake's American Nightmare (e não Night Springs como surgiu em alguns veículos de comunicação).

A crítica gostou do jogo, a maioria das pessoas que jogaram também, mas, e esse “mas” é um problema, não foi um sucesso de vendas. Talvez por ter sido, inicialmente, um jogo exclusivo para Xbox (mas por que Gears of War fez tanto sucesso e rendeu duas sequências além do primeiro?), talvez por problemas que eles tiveram durante a produção ou a interferência da Microsoft. Só sei que seria um jogo para se ter, ao menos uma continuação.

 

Alan Wake, 2010 (Xbox 360)

Produção/Desenvolvimento: Remedy Entertainment

Distribuição: Microsoft Games Studios

Nota: 8,5

7 Comentaram...

Gilmarzinho.com disse...

Cara, não sabia que vai sair pra PC!

Muito boa resenha, me deixou com mais vontade ainda de jogar.

Valeu!

Té.

Nilto disse...

Jogão, lindo, ao lado de Mass Effect 2 foi a melhor coisa que já rodou no meu xbox, mas agora, essa dublagem ficou uma merda, sinceramente

Ivin disse...

Ai ai ai mocinho cuidado com o que diz rsrsrrsrs.
....Então anos mais tarde, minha esposa queria jogar algo que fosse além do Wii, uma experiência diferente e assim a apresentei o Kinect, que, praticamente, me obrigou a comprá-lo para ela.......
O Xbox ta no quarto porque o mocinho ta jogando SKYRIM. Como o Eraldo mesmo disse, presentinho cheio de terceiras intenções rsrsrsr. Te Amo

Sandro Vasconcelos disse...

Wii >>> Kinect

Pronto falei!

Philipe disse...

Seria um milagre? Sinal dos tempos? 2012? Alguem do NSN comprou um videogame pra falar de videogame? Um exclusivo de Xbox? Parece que no tempo que o blog ficou parado muita coisa deve ter mudado hein ...

Unknown disse...

Philipe

Nós sempre tivemos video games, o problema é a preguiça para resenhar os jogos...

rsrsrsrsrs...

Anônimo disse...

Joguei a campanha do gears of war e achei bem fraco também. Nem consegui terminar.
Mas o multiplayer...É ai onde mora a força de gears of war.
Se você não gosta de jogar multiplayer, nem adianta jogar gears. A campanha é fraca mesmo.

Hoje jogo PELO MENOS quatro horas por dia do multiplayer de gears. Viciante pra cacete. Um dos únicos jogos com multiplayer que não me enjooaram.

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