terça-feira, 21 de junho de 2011

Avatar FiliPêra

Um lento adeus às televisões nos EUA…

 

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Joe Raedle / Getty Images

Vamos direto à “bomba”: pela primeira vez em 20 anos, o número de casas norte-americanas que possuem TV diminuiu - e diminuiu consideravelmente. Ano passado, 98,9% dos lares dos EUA possuíam uma TV, enquanto esse ano o número passou para 96,7%. Segundo a Nielsen, que divulgou esses números - prioritariamente para anunciantes -, duas razões podem ser apontadas como primordiais para essa queda.

Uma é a pobreza cada vez mais real dos EUA, o que obriga a famílias de baixa renda a adotarem “soluções mais baratas” (Eu diria assistir a uma peça teatral, mas teatro é mais caro que TV), como a continuidade do uso de TVs analógicas, praticamente abolidas dos EUA após 2009; e o advento de novas tecnologias, que levou toda uma geração de jovens a assistir seus programas favoritos via Internet.

Claro que a questão vai além da pura estatística. É preciso redefinir o conceito de TV doméstica, e torna-la um formato de programação e não um aparelho em si, como fica patente em hardwares que são híbridos de TV e monitores de computador.

"Nós temos tido conversas com os clientes", disse Pat McDonough, vice-presidente sênior de insights e análise da Nielsen. "Isso seria uma grande mudança para esta indústria, e nós estaríamos fazendo isso, em consulta com os clientes".

Porém, mesmo com essa migração para a internet, a Nielsen admite que um número cada vez maior de americanos simplesmente está abandonando as TVs, seja por motivos financeiros ou simplesmente por estilo de vida. Aliás, “motivos financeiros” é uma espécie de desculpa da empresa para explicar a diminuição de audiência geral das redes de TV americanas, como ela fez quando houve queda em 1992, graças a “recessão financeira”.

"São pessoas na parte inferior do espectro econômico (…)”, argumenta McDonough ao declarar qual é o público que não vê mais TV. Segundo ele, os que não querem mais saber de TV “vivem em áreas rurais e não têm acesso a internet, em sua maioria”, o que me parece um discurso pra agradar anunciantes.

A Nielsen parece otimista, mesmo com uma diminuição brusca dessa envergadura, mas é certo que o reinado das TVs lentamente vai enfraquecendo, até o dia em que televisões gigantes só servirão pra ver Blu-Rays, jogar videogame e veicular conteúdo Full HD de uma estação de mídia caseira.

 

Enquanto isso, no Brasil… Globo e Record travam uma briga imbecil com mais acusações, dessa vez envolvendo dirigentes de futebol, tudo graças a vitória da Globo (de novo) pela transmissão exclusiva do Campeonato Brasileiro.

 

[Via NY Times]

2 Comentaram...

Gilmarzinho disse...

Fazem muitos anos que não assisto TV.
Mesmo antes de migrar completamente para a Internet, já não assistia nenhum programa desde que a MTV "acabou", por volta de 1998.

Hoje, a utilidade que faço do aparelho televisão é exatamente esta que tu citou: ver filmes, jogar games, rodar conteúdo direto do notebook.
Tenho certeza que, se morasse sozinho, não teria um aparelho de TV em casa.

Imaginei que os estadunidenses estivessem mais avançados que nós em abandonar de vez este esquema em que a programação do que assistimos é feita por terceiros, com intenções nem sempre (quase nunca?) claras, e muita, mas muita "encheção de lingüiça" pra fechar a grade.

A televisão nunca vai ter a velocidade e acertividade que uma busca feita online pelo próprio interessado tem. Sou o primeiro a tentar convencer a gurizada a abandonar esta geringonça e partir para a Internet definitivamente quando se trata de buscar conteúdo visual e/ou diversão.

Mas aí que reside outro problema: e quando estes anunciantes todos migrarem também para a Internet... em que confiaremos?

Té.

Rodrigo H. disse...

Gilmarzinho concordo com tudo que falou, e faço as mesmas coisas...
Tb já me perguntei do que seria a internet se a TV perdesse espaço, o que eu penso é que teremos grandes portais, como "globo.com" que farão o papel das emissoras, mantendo sempre o conteúdo tendencioso, porém como é muito mais fácil montar um blog ou um site do que manter um emissora, sempre teremos espaço para buscar uma informação livre de influencia, como por exemplo um blog que costumo freqüentar, chamado nerdssomosnozes, já ouviu falar?
Hehe...

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