quinta-feira, 31 de março de 2011

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Celebre com os fundadores o 15º aniversário da criação da Campus Party

 

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Há 15 anos, Paco Ragageles e Belinda Galiano tiveram uma ideia: criar, na Espanha, um evento onde os participantes poderiam compartilhar sua paixão pela tecnologia e suas inquietudes frente a este universo em expansão.

Assim nascia um projeto que cresceu de forma assustadora até se tornar o maior encontro de tecnologia, criatividade, entretenimento e cultura digital em rede do mundo e, hoje, queremos celebrar esta conquista com todos vocês!

Portanto, se você for brasileiro, mexicano, colombiano ou de qualquer outra nacionalidade que não a espanhola, poderá concorrer a uma das quatro viagens e entradas para assistir de pertinho a Campus Party Valência, na Espanha, que será realizada entre os dias 11 e 17 de julho.

Se você for espanhol, também poderá levar para casa uma das quatro viagens com entrada gratuita para uma edição da Campus Party: a do Brasil, em 2012! 

O que fazer?

Desde já, todos devem ficar de olho no perfil dos fundadores da Campus Party, Paco Ragageles e Belinda Galiano, no Twitter. Passo a passo, eles darão todas as pistas necessárias para levá-lo ao site onde você poderá participar do concurso! Entre todos os participantes que chegarem até lá, a equipe da Campus Party irá escolher os vencedores. Em seguida, entraremos em contato com cada um para comunicá-los sobre a premiação!

Os requisitos para participar são:

 

. Ter a partir de 18 anos,

. Possuir um documento de identidade válido,

. Ter um passaporte em dia,

A hashtag para acompanhar o concurso é a
#cp15aniversario

Participe e celebre com a gente o 15º aniversário de criação da Campus Party!

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Paco Ragageles (@pacoragageles)

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Belinda Galiano (@belindagaliano)

Fundadores de Campus Party

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'Horse Armor' e a volta dos DLC cara-de-pau

 

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Um  belo dia, Hiroshi Yamauchi, o truculento e draconiano ex-presidente da Nintendo, teve uma sacada genial: o que deveria trazer lucro para uma empresa de videogame não eram os consoles, mas sim os jogos. Esse tipo de pensamento, que virou modelo para a indústria - até hoje todos os consoles têm seus preços iniciais subsidiados… com exceção dos da Nintendo - gerou outros modelos de negócios ainda mais agressivos e interessantes, e chegou até a prejudicar a própria Nintendo, que viu as produtoras fugirem de produzir para seus consoles graças às suas regras não muito amigáveis.

Com os consoles possuindo HDs enormes e conexão contínua com a internet, as empresas iniciaram a política de disponibilizar mais conteúdo relacionado ao jogo tempos depois, os chamados DLC. Caraca, que perfeito!, deve ter pensado um monte de gente. E é ótimo mesmo. Mais fases podem ser vendidas, com mais pedaços da história - como faz Mass Effect - ou a correção de pequenos bugs, o que aumenta a perenidade do jogo, no fim das contas. A medida se aproxima dos esquemas armados pelos MMOs recheados de conteúdos extras tão lucrativos que permitem que o jogo em si seja grátis. Os jogos sociais também adotam política análoga, com vendas in-game - minha mãe e sua vontade de comprar sofás num jogo que nem sei o nome que o diga.

Mas essa possibilidade de DLCs, naturalmente deixa alguns produtores preguiçosos, lançando correções dias depois do game estar pronto, o que se aproxima do modo como algumas produtoras estão encarando o esquema de firmwares dos consoles. Jogos acabam saindo às pressas porque logo depois podem ser corrigidos, e isso está ficando mais comum.

Mas, enquanto é pra corrigir besteiras, tudo bem…

…porém a Bethesda, em seu início de carreira em um distante 2006, parece que foi acometida por algum tipo de preguiça misturada com vontade de ganhar uma grana fácil e lançou um DLC absurdamente fantástico: o Horse Armor. Pra que ele serve? Pra deixar seu cavalo em The Elder Scrolls IV: Oblivion mais bonito e protegido (resumindo: NADA). O preço (é, tem preço): US$ 2,50, mais ou menos o que se cobra hoje normalmente por uma fase inteira. E pra completar, ainda tem gente gastando grana atualmente na parada, como nem o vice-presidente da Bethesda, Peter Hines, parece acreditar, como afirmou em entrevista recente a Official Xbox Magazine:

 

“Eu não tenho o relatório aqui, mas várias pessoas compraram a armadura de cavalo ontem! É por algum motivo inexplicável. Aconteceu, eu juro”.

Hoje essa armadura virou uma espécie de folclore, execrado por jogadores e motivo de piada pela própria empresa, tanto por sua inutilidade quanto por seu preço absurdo. Mas, a Capcom parece que gostou da brincadeira e lançou dois caça-níqueis vergonhosos (1 e 2) no fim do ano passado, dando mais corda para conteúdos extras vagabundos.

Resta aos jogadores ficarem de olhos abertos.

 

[Via Joystiq e Kotaku]

quarta-feira, 30 de março de 2011

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Apocalipse Zumbi – Trailer!!!

Por Pipoca e Nanquim 

 

Aí, galera, em segunda primeira mão o NSN Pipoca traz para vocês o trailer produzido exclusivamente para o lançamento do livro Apocalipse Zumbi, em uma parceria entre a Editora Évora e a produtora Spline.

A hora tá chegando, tá chegando, mas enquanto esperamos um pouquinho mais, vamos curtir este vídeo, que é uma iniciativa inédita no país! Isso aí, inédita. Nada daqueles trailers toscos que a galera tem produzido por aí para os livros que tão saindo… Não, nosso trailer veio pra estabelecer um padrão! Deu uma trabalheira danada e dezenas de pessoas cederam seu tempo para que conseguíssemos chegar nesse resultado, mas no final, compensou!

Veja se vocês encontram os apresentadores do Pipoca no meio da parada e manda sua opinião, dizendo o que achou do trailer. Por favor, divulgue para todos que conhece (TODOS, TODOS, TODOS) e nos ajude a tornar esse vídeo viral na net.

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Brasil ganha sua primeira ludolocadora

Por Carla Cavalcante, a @Animadissima

 

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A Funbox é uma ludolocadora, onde os clientes têm acesso e podem alugar mais de 400 títulos de jogos de tabuleiro importados, a maior parte vinda da Alemanha. A locação é de uma semana e o valor depende da raridade e complexidade do jogo.

Localizada em São Paulo capital, a FunBox foi criada em dezembro de 2010, a partir de uma sociedade entre os amigos Alexandre Freitas, Vanessa Santos e Wagner Rodrigues. “Já gostávamos bastante de jogos de tabuleiro, como morar nos EUA facilitou muito nosso acesso aos jogos e percebemos mais acentuadamente como o Brasil ainda era muito carente nesse ramo, como era, e ainda é difícil o acesso, decidimos abrir a Funbox”, afirma Vanessa Santos.

Ela é a primeira ludolocadora nacional, com várias seções de jogos: guerra, abstrato, destreza, dedução, descontraídos e de estratégia. Os clientes têm a opção de alugar os jogos por uma semana ou se preferirem, podem utilizar as mesas da loja, onde o valor varia de cinco a dez reais a hora. “Os jogos mais alugados são, os chamados de introdutórios ou gateways que, na sua maioria, são jogos com mecânicas e regras mais simples”, diz Vanessa.

A quantidade de clientes é variada e a faixa etária acompanha o mesmo ritmo.

 

“Durante a semana nosso fluxo maior é de locação de jogos, já nos finais de semana temos tanto clientes jogando na loja quanto levando jogos pra casa. Como, na loja, não podemos permitir menores de 14 anos, temos tanto estudantes dessa idade quanto jovens de 50 anos ou mais. Porém, a média de idade dos nossos clientes está entre 20 e 30 anos”, conta Vanessa.

Espaço com um acervo de jogos fabuloso, tanto em quantidade quanto em qualidade, além de ter me proporcionado conhecer títulos que sequer tinha ouvido falar, a Funbox me propiciou muitas novas amizades”, afirma o bacharel em Direito, Dayton Diniz Jr. A ludolocadora se tornou um ponto de encontro dos apaixonados por jogos, onde não é preciso ser experiente no assunto, basta ter vontade de aprender, pois os clientes recebem todas as instruções necessárias referente aos jogos.

[Nota do editor: Falamos da Funbox no final do ano passado, quando ela foi inaugurada]

 

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Alguns jogos:

· Descontraídos: Dancing Eggs

· Guerra: Galactic Emperor

· Estratégia: Stone Age

· Destreza: Jumbling Towers

· Dedução: Fury of Dracula

· Abstratos: Ingenious

 

Serviço

Site: http://www.funbox.com.br

Twitter: @funboxbr

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Futura jornalista, Carla Cavalcante é uma pessoa curiosa e otimista que ama o conturbado mundo da política. Vive em busca de novos conhecimentos e da evolução de tudo ao seu redor.

Avatar FiliPêra

"Contra o Tempo”, o novo filme de Duncan Jones

 

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Você talvez não conheça, mas Duncan Jones, além de filho de David Bowie, é um diretor que mostrou logo na estréia que manda bem. Se você não viu Moon (ou Lunar, aqui no Brasil), com certeza tá perdendo um grande filme de ficção científica. E para espantar a maldição do segundo filme, ele parece que vai mandar outro filmão.

Contra o Tempo, o tal segundo filme, tem tudo para dar certo: bom elenco, história maluca e aquele senso de de “o que tá rolando?” que foi uma das marcas de Moon. Na trama, Jake Gyllenhaall encarna o Capitão Stevens, que subitamente se vê como pioneiro em testes do Projeto Código-Fonte, que o coloca na identidade de outra pessoa nos últimos oito minutos da vida dela. Stevens então acorda dentro de um trem prestes a sofrer um atentado e deve descobrir quem o perpetrou… mas, como era de se esperar, ele se apaixona por uma passageira e passa a tentar algo impossível: alterar a realidade em que está e evitar o atentado.

Agora a boa notícia (rara): uma versão nacional já está pronta, com pôster e trailer legendado. A estréia é dia 8 de abril.

 

[Via Judão]

Avatar FiliPêra

A Liga Extraordinária América: 1988

 

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[Tem mais no BuzzFeed]

terça-feira, 29 de março de 2011

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[Pipoca e Nanquim] Filosofia

Por Pipoca e Nanquim 

 

63- Filosofia - Pipoca e Nanquim - Cinema e HQs por pipocaenanquim no Videolog.tv.

Depois do atraso de sexta-feira, eis que está de volta o videocast do PN!

Penamos bastante para acabar essa edição, pois nossas vidas estão uma total correria com a reta final do lançamento do nosso livro e do Apocalipse Zumbi, além de futuros planos para o programa! Aliás, falando em livros, aguardem mais notícias sobre o Quadrinhos no Cinema e amanhã, nesse mesmo blog, o trailer de Apocalipse Zumbi!!!

Mas bem, fugindo um pouquinho de nosso estúdio de costume, voltamos para a chácara em Brotas e filmamos por lá mesmo. Da outra vez em que fomos para esse “meio rural” o assunto foi espíritos (ainda não assistiu? Veja aqui), mas dessa vez optamos por um tema menos macabro e aproveitamos a mudança de ares para falar de filosofia!

Fomos desde o alemão Nietzsche, com seus quadrinhos de Zaratustra e a obra literária Quando Nietzsche Chorou, até os antigos gregos, com o filme Sócrates e o excelente e bem humorado quadrinho Epicuro. Falando em bom humor, tem também Filósofos em Ação, e nas HQs mais sérias o premiado Logicomix. Além de histórias sobre filósofos e filosofia, indicamos também filmes e quadrinhos que mexem com seu pensamento e levantam questões, como Nós que aqui estamos por vós esperamos, Waking Life e Koyaanisqatsi.

Enfim, o programa está imperdível. Além do mais, a nossa promoção que vai sortear três Crônicas da Pindahyba continua, assiste e participe! Até semana que vem, desculpem pelo atraso.

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Blogs e Comentários

Por Sayron Schmidt, do World RPG Fest

 

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Mais um dia por aqui (mais uma noite sem dormir, mais uma briga e outra confusão no bar...sem Matanza, né?). E como todo o dia comum, temos mais discussões acaloradas no aniversariante do mês, o Twitter. Seja uma breve reclamação sobre algo corriqueiro ou uma grande discussão cientifica, que não vem ao caso pois achei-a um saco. Mas acabei adentrando em uma diferente ao que estou acostumado, a temática abordou blogs, comentários e tudo o que reflete a opinião do leitor acerca dos blogs.

Mas antes, vamos voltar um pouco no tempo, a uns três anos atrás. O Twitter não tão era popular, Facebook era algo que só a galera cool possuia, já que no Brasil o filho do Google sempre dominou, e o tal da Social Media ainda não circulava no vocabulário do povão. Nesse tempo, existiam duas formas - deixe-se bem claro que são as formas básicas - não as únicas, de se elogiar um trabalho de um blogueiro ou escritor: ou os leitores comentavam no campo destinado a tal e marcavam aquelas cinco estrelinhas, dando a nota para o artigo, ou mandavam um e-mail para o autor.

Óbvio que os leitores preferiam a mais fácil. Comentavam, já estavam ali mesmo, tinham acabado de ler o texto e poderiam apenas dizer “gostei”, como poderiam fazer quase um tratado apontando erros, acertos e qualquer coisa que achassem conveniente escrever. Simples, todos os textos publicados recebiam ao menos um punhado de comentários, o que deixava seu autor orgulhoso (exceto se fossem stalkers ou trolls daquele tempo, hoje essa última palavra não tem mais o mesmo significado, mas isso será explicado em outro texto.) e todos dormiam felizes pois sabiam o que os leitores pensavam.

Passados esses três anos, chegamos aqui, onde o reply, retweet e o like andam de mãos dadas em qualquer blog. O Twitter e o Facebook se transformaram em uma grande ligação entre quem escreve e quem lê, todos possuem pelo menos um dos serviços e ficam, praticamente, o tempo inteiro conectados. Agora pensem que, se as caixas de comentários facilitavam tanto a manifestação dos usuarios, o que dizer hoje, que é apenas clicar no botão CURTIR do Facebook ou no RETWEET do Twitter? Logico que os comentários diminuíram consideravelmente em TODOS os blogs que conheço.

Agora entramos na grande discussão. Uma colega de twitter, que por sinal escreve em um blog muito bacana, resolveu desabafar no microblog, contando suas desilusões a respeito da falta de comentários de seus visitantes e que ninguém valoriza o trabalho que ela e as outras meninas que colaboram fazem, que todas vão dormir tarde planejando e escrevendo pautas e blah...blah...blah..., enquanto blogs que fazem CRTL + C / CTRL + V em memes que rolam mundo afora, recebem mais de 400 mil visitas diárias e 400 comentários.

Primeiro, e acho que vou ser até um pouco agressivo, cada blog tem um foco e acho que o delas (nem o meu e, muito menos, o do NSN!) não é atingir a pirralhada que ainda faz comunidades no Orkut para a(o) melhor amiga(o) e disputam para ver quem vai ser o first (cara, nunca entendi essa porra do first. Tudo isso é com o objetivo de ser xingado pelos outros e chamar a atenção?), e sim um público mais consciente e que busca uma informação trabalhada, com possibilidade de discussão e aprendizado. Esses leitores podem até entrar em blogs de “humor” e rir com o que está lá, mas dificilmente um deles irá perder seu precioso tempo comentando algo.

Então vocês devem estar se perguntando aonde eu quero chegar com toda essa volta que fiz?

Inicialmente, os blogs não vão morrer por falta de comentários, ao menos aqueles que souberem usar os recursos atuais e todos aqueles que ainda virão (a internet vive em transformação!) a seu favor. Considerar que o trabalho está sendo bem feito quando se recebe RT's ou CURTIR. Quando lê um comentário positivo no Twitter ou, até mesmo, gera uma discussão por ali. E além disso tudo se estabelecer, o que é mais importante. Não será em um ano que vocês terão visitantes fiéis e grandes comentaristas, tudo precisa de tempo. Ou alguém acredita que o Jovem Nerd a uns 6 ou 7 anos (não lembro exatamente a quanto tempo o blog existe) recebia a quantidade de comentários e visitantes que recebem hoje?

Os comentários hoje são usados basicamente para discussões, principalmente as mais acaloradas (né não povo do NSN?!). Polêmicas, criticas, religião, música ou qualquer coisa que você discorde de algo, gera discussão e isso faz os comentários aumentarem de forma considerável.

Portanto minha gente, não tenham uma crise só porque seus textos estão tendo poucos comentários, lidem com isso e ultrapassem as adversidades, principalmente quando se entra em um campo já tão sobrecarregado quanto o mundo dos blogs.

No próximo texto eu explico o meu problema com o famoso termo Troll!

Avatar FiliPêra

Garry’s Mod. Ou o hack pra Kinect mais divertido até o momento

 

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A diferença do Kinect pra outros sistemas de rastreamento de movimentos do mundo dos games? Os hacks. A Microsoft abriu as portas e deixou - incentivou, seria uma palavra mais adequada - os hackers brincarem com o sistema, num misto de interesse comercial com posição inferior no mercado. Os dois lados se deram bem: os hackers se divertem como nunca e a Microsoft sai com uma boa imagem e uma tonelada de pesquisa open source que pode ser usada futuramente.

John Boiles é um desses caras que se divertem e adaptou uma ferramenta pra ser usada pelo Kinect na Source Engine, usada pela Valve em seus clássicos modernos. Ele adaptou o Garry’s Mod e o resultado é o divertidíssimo vídeo abaixo:

 

[Via Rock, Paper & Shotgun]

Avatar Voz do Além

.xxx: a nova casa oficial da pornografia na internet

 

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A polêmica criação do domínio .xxx, exclusivo para sites pornôs foi finalmente aprovada por 9 a 3 pelo ICANN, o órgão do governo americano que regula a internet - e que já deveria ter sido desvinculado do governo há muito tempo. A decisão - que ainda pode ser revertida - vem quase quatro anos depois de uma votação anterior, que negou a criação do domínio. A idéia é tornar esse domínio um mar de segurança frente aos sites de putaria recheados de pishing e outros entraves para os onanistas verem mulheres peladas em paz, como abundam nos .com de hoje. A concessão a indústria da putaria filmada também é inédita, já que nenhum segmento comercial possui algo similar e exclusivo.

Como era de se esperar, a procura pelo domínio está bem alta. A ICM, empresa que os comercializará, já tem 260 mil pedidos de registro aprovados, só necessitando que a decisão do ICANN seja confirmada para expedir os domínios. Como lado ruim da decisão está o preço: o custo de um .xxx deve sair por 60 doletas anuais, seis vezes mais caros que os domínios normais.

Ou seja: se tudo der certo, prepare para migrar em massa metade dos seus favoritos para .xxx ao invés de .com!

 

[Via os punheteiros do Gizmodo]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Avatar FiliPêra

[HyperEspaço #21] A bizarra celeuma pra cima da capa de abril da Wired

 

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Não me considero machista, e muito menos me considero feminista - e continuo achando impossível um homem ser feminista, mas não entrarei nesse assunto hoje. Prefiro me manter alheio a essa discussão, que considero extremamente recheada de conceitos retrógrados e de uma regressão argumentativa que não leva nada a lugar nenhum, tanto de um lado como de outro. Pra mim o Sexismo é como o palco político, um problema por si só… e que não será combatido com mais Sexismo, mesmo que vindo do lado oprimido. Da mesma forma, vejo a política como um problema em si, e por isso não resolverá nada, independente de quantos Obamas, Lulas, ou outros salvadores da pátria surgirem. Um exemplo disso é na quantidade de revoluções conduzida por camadas oprimidas, que tirou ditadores do poder… e colocou ditadores piores no lugar.

Mas o fato de querer me manter alheio, afastado da discussão sexista, não me impede de comenta-la e identificar algumas recaídas estranhas e discussões inúteis que afetam a área em que academicamente (e supostamente) tenho algum conhecimento aprofundado: o Jornalismo. Não sou do tipo que acredita - salvo raras exceções - em “tomar um lado por obrigação”, como parece ser o praxe hoje. Como já escrevi no início da terceira parte do meu ensaio sobre Repressão Estatal, esse tipo de dualismo excludente não é nada mais que uma armadilha mental para conduzir a um jogo de péssimo e menos pior, e nunca a uma solução de caráter mais efetivo. Você não gosta do Capitalismo? Logo é Comunista, entre outras variantes de um jogo de realidade ultrapassado herdado de Aristóteles e que insiste em perdurar ainda hoje, mesmo abandonado nos modelos mais modernos de Filosofia, Física e Psicologia.

Então, dentro dessa lógica, não considero dizer “Eu não apoio o movimento feminista” como um grito de machismo, da mesma forma que dizer “Eu não apoio o movimento gay” não me parece uma afirmação de caráter homofóbico. Mesmo achando que essas camadas da população têm todo o direito de buscarem resolver o que acham estar errado, não contarão com a minha ajuda, assim como não conto com ajuda deles quando falo acerca de Direitos Autorais.

 

Pois bem, considerações iniciais feitas, corta pra capa acima, da edição do mês que vem da Wired, a mais importante revista tecnológica do mundo. A moça que posou pra foto não é uma modelo típica de capas de revista femininas ou das Vogues de plantão, mas sim uma “operária”, a mestre e engenheira elétrica Limor Fried, da Adafruit Industries. A revista GOOD parece que não se amarrou no conceito por trás da capa e, através do seu editor de cultura Cord Jefferson, mandou o seguinte [tradução do Gizmodo Brasil]:

 

A Wired não colocou Limor Fried em sua nova capa. Como Fried realmente se parece está abaixo – ela é uma jovem mulher normal com um piercing labial e um cérebro muito acima da média e isso foi o que fez maravilhas para ela durante toda sua vida. O que a Wired colocou na sua capa é um Photoshop quase cartunesco que fez com que um amigo olhasse essas fotos lado a lado e perguntasse, “É a mesma mulher?”

Antes ele havia começado o artigo meio revoltado, dizendo que a atitude da Wired está “fudidamente errada”, e que a revista desnecessariamente cartunizou a imagem de Fried em sua capa. O motivo da revolta parece derivar do fato de que ela seria a primeira mulher engenheira (ou mulher com QI alto academicamente falando, com currículo, essas coisas) a aparecer em uma capa da revista. E justamente quando isso acontece, rola um tratamento desse tipo, que aos olhos da revista GOOD é uma diminuição das mulheres.

Nos comentários, Fried fez o seguinte apontamento:

A capa está estilizada, mas é assim que eu realmente sou. Eu não estou “plastificada” ou “com toneladas de Photoshop”. Se eu tirar meus óculos, arrumar meus cabelos, e usar maquiagem, é assim que eu fico.

 

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Foto da “verdadeira” Limor Fried apresentada pelo artigo

Primeiro é preciso dizer que não é a primeira vez que uma acadêmica aparece na capa da revista. Em 1996, Sherry Turkle, pesquisadora de Sociologia Tecnológica do MIT foi capa da publicação, e dois anos antes Laurie Anderson, uma artista experimental, repetiu a dose. Fora essas, que foram tema de de reportagem e de perfis bem escritos, as outras mulheres que foram capas não passaram de uma espécie de fetiche, que cederam sua imagem unicamente como ilustração. Foi o caso de Martha Stewart, em 2007, e Sarah Silverman em 2008. Outros casos foram classificados como ainda piores, a exemplo de Julia Allison e Uma Thurman, que apareceram na capa em matérias relacionadas  a fama na internet e romances de Philip K. Dick.

 

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Clique para ver maior

A gota d’água para quem atacou veementemente essa espécie de fetichismo sexista da Wired em suas publicações, foi a capa de novembro do ano passado, quando um par de seios figurou triunfante, ilustrando uma matéria sobre implantes e o futuro da medicina.

Realmente não me parece uma boa perspectiva de tratamento, bem como me parece ser um quadro irreal, já que acredito que existam muitas mulheres fazendo coisas interessantes na área de tecnologia, como escreveu Cindy Royal de forma brilhante em uma crítica pessoal no blog dela, ao ponto de Chris Anderson, editor-chefe da revista, ir se manifestar em tom de desculpas nos comentários.

Obviamente que a resposta de Chris Anderson por lá - dizendo que faltam “mulheres de alto nível na indústria de tecnologia que são reconhecíveis o suficiente para vender uma capa” - não parece satisfatória o bastante, mas diz muito sobre a cultura comercial presente nas revistas em particular, e na mídia de modo geral. O que rola nas capas da Wired é uma mera consequência do que começa acontecendo nas revistas classificadas de femininas, como a Nova - versão nacional da Cosmopolitan -, Elle, Gloss, Cláudia, e similares (googlem as capas dessas pra entenderem, depois olhem a composição das redações delas e vejam que são quase todas formas por… mulheres). A Wired não criou um modelo, ela adotou um modelo, o que parece ainda mais claro se levarmos em conta que a revista é publicada pela maior editora de revistas dos EUA, a Condé Nast. Não estou dizendo que usar um modelo pré-pronto é algo positivo, mas simplesmente que deve ser levado em conta ao condenar uma atitude dela.

E pontuar o caso com um simples “o pensamento machista vigente entre os jornalistas foi o causador de tal coisa” me parece reducionista, além de constituir-se como um jargão clichê que pode ser usado como saída fácil para classificar qualquer coisa que desagrade. Para mim seria o equivalente a um “isso é coisa do diabo” ou “armação de esquerdista/direitista”.

 

Mas se a crítica da Cindy foi embasada e com um motivo bem claro pra olhos atentos - fetichização das capas da Wired -, o tiro de Cord Jefferson, da GOOD, parece saído pela culatra. Cindy escreveu calcada no histórico da revista e no tratamento de mulheres de modo leviano em suas capas, e foi ainda mais longe: questionando se não haviam mulheres trabalhando no ramo tecnológico que poderiam dar boas capas.

E a GOOD, bem a GOOD reclamou do Photoshop, o que me leva a uma conclusão bem óbvia: a percepção do autor acerca de mulheres inteligentes não parece ser das mais acertadas - além de não ter sacado que rolou uma óbvia referência a Rosie, a Rebitadora. Parece que pra ele deve existir um muro que separe beleza feminina de inteligência feminina. Mulheres reconhecidas por sua beleza E por sua capacidade intelectual - entenda capacidade intelectual como capacidade neurológica de transmitir informações de forma acertada e sem ruídos [definição do grande Alfred Korzybski] - seriam exceções a uma regra. E aí entra o que percebi da crítica equivocada da GOOD.

Limor é do tipo perfeito para uma capa da Wired - e pode ser o início de uma mudança na linha da revista no tratamento a questão, já que Anderson pediu desculpas em novembro do ano passado: bonita (com ou sem Photoshop, o que é uma busca secundária em vendagem de capas) e com um currículo invejável e condizente com a matéria. Ela possui mestrado em engenharia elétrica pelo MIT (o mais famoso instituto de tecnologia dos EUA) e é um dos símbolos dos eletrônicos DIY e open source. Ela afirma que pretende fundir arte com elétrica e criar ferramentas para dar liberdade para cada pessoa criar seus próprios eletrônicos.

Mas além disso o caso serviu para mostrar como existe um denuncismo de certos setores (ou “certo setor”, não vou coletivizar algo baseado em um exemplo) da mídia, que queriam ver uma Limor como ela supostamente é, “uma mulher jovem normal, com um piercing no lábio e um cérebro anormalmente forte”, como descreveu o artigo da GOOD, também se esquecendo da subjetividade presente na beleza - e na inteligência, o que mata todas as discussões e argumentos apresentados até então.

Por que não simplesmente esquecermos gêneros que nada influem na inteligência ou na capacidade mental de alguém, o que não me parece uma concessão muito complexa de ser realizada?! Limor é uma mulher brilhante numa função normalmente ocupada por homens? Ótimo, mérito dela, e acho ótimo que tenha sido reconhecida por isso. Mas uma crítica em cima de algo que simplesmente não aconteceu, me parece fruto de visões distorcidas.

 

Claro que existem questões secundárias em cima do caso, e nos fatores levantados pelas críticas - assim como em casos assim por todo mercado editorial, especialmente o americano. Com relação ao Photoshop, creio que não tem nada a se fazer a curto prazo: é a imagem que a publicidade criou, embora várias revistas européias - mesmo algumas pornográficas, como a Femjoy, que tem o slogan Pure Nude - praticamente preterem o uso de correções que plastificam, se limitando a apagar algumas cicatrizes maiores. Dobrinhas, pintas, imperfeições… tudo fica na foto, às vezes nem efeitos de iluminação são usados. Esteticamente fica muito mais bonito, na minha opinião, sem padrões idiotas, mostrando mulheres mais verdadeiras.

Revistas como a Vice geralmente se esquivam de padrões visuais mainstream, como os da Playboy, Vogue e outras. Outras masculinas como a Front criaram um padrão próprio bastante sofisticado, que tornam as fotos da revista reconhecidas em qualquer canto, no estilo das grifes fotográficas Suicide Girls e GodsGirls. Fotógrafos como Terry Richardson e Merkley vão pelo mesmo caminho. Com isso quero apontar que existe muito mais do que o padrão conhecido pela gente aqui, que é prejudicial e enjaulado por uma lógica mercadológica tacanha, e deve ser analisado não só pela reducionista ótica de “fruto de um pensamento machista dominante” ou qualquer outro rótulo que exista por aí e parece gritar quando vemos algo assim.

Outra questão é a deficiência de mulheres nas redações de revistas americanas, especialmente as mais ligadas às artes e política - as mais sofisticadas, por assim dizer. Não sei o exato motivo disso, principalmente pelo fato do jornalismo americano (América como continente, dessa vez) ter em sua maioria profissionais mulheres. E não só em cargos de redação, como de chefia, a exemplo de uma das estrelas do jornalismo atual: Arianna Huffington (que não é bem jornalista, mas tudo bem). Fora ela ainda, admiro a Amy Goodman, do Democracy Now, a Natália Viana, Marina Amaral e Tatiana Merlino, parceiras da agência de jornalismo investigativo Pública, entre muitas outras.

Já tive três chefes mulheres trabalhando com jornalismo, e as três foram ótimas - na verdade, a primeira que sou chefiado por um homem é agora, trabalhando no GamesBrasil. Então, dizer que o mercado não possui mulheres ou não permite a entrada de mulheres é meio falacioso. Talvez existam resquícios de gerações passadas que resultam na maioria dos postos de chefias ocupados por homens (não tenho dados nacionais ou de algum outro país específico mostrando isso, é apenas fruto de observação e estudo histórico), mas creio que esses números tendem a se equilibrar, e as mulheres passarem a ser maioria inclusive nas chefias de redação (se é que já não são).

No caso das revistas americanas, a situação é a seguinte:

 

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Quadro de composição das redações de algumas revistas americanas (clique para ver maior)

Naturalmente que essa predominância masculina acaba tendo reflexos nos poemas e textos ficcionais publicados por essas revistas. Homens conhecem mais homens que mulheres, geralmente, e provavelmente por isso recebem mais indicações de autores masculinos, Claro que essa em si não é um motivo, mas vejo com ainda menos cautela o principal motivo apontado pelas mulheres, que relacionam a situação com um suposto “favoritismo sexista”. Creio que esse pode ser um motivo, mas é necessário critérios um pouco menos subjetivos para resolver a situação. E sem um estudo com uma metodologia clara, fica difícil chegar a conclusões, ficando apenas em margens especulativas. A autora do estudo, a organização VIDA (estudo completo linkado na lista no fim do artigo), fez um levantamento correto, com metodologia apresentada, e reconheceu que esse é apenas um lado da questão.

 

“(…) Mas também entendemos que estas estatísticas são apenas o início de uma conversa, que acreditamos ser necessária, e não um ponto final”.

Os números do estudo completo mostram um dado: livros, poemas, textos ficcionais de homens predominam nas revistas literárias americanas. Ponto. Dizer que existe um favorecimento já é especulação. Para um estudo mostrando outro ângulo de abordagem seria necessário saber a porcentagem de textos enviados as revistas, além de dados relativos a porcentagem de autoras no mercado global de livros. Sem essas comparações, não é possível chegar a uma conclusão.

E como não temos dados dessas revistas, vamos analisar uma plataforma aberta e sem essa rigidez editorial na escolha dos textos: a Wikipedia. Alguns podem argumentar que como o trabalho por lá é sem remuneração ele atrai menos pessoas, mas creio ser desnecessário refutar tal linha de pensamento, já que a produção de conteúdo “sem remuneração” direta supera e muito a paga sob contrato, e a qualidade deles muitas vezes é equivalente. Através da Wikipedia, pode-se chegar a conclusão que talvez as mulheres não escrevam tanto assim (embora esse seja um caso específico, não vamos generalizar). Conforme dados divulgados pela Wikimedia Foundation - mantenedora da Wikipedia -, cerca de 85% dos seus artigos são escritos por homens, o que é uma discrepância ainda maior do que as diferenças apresentadas pelo estudo da VIDA. A fundação está preparando campanhas para atrair mais mulheres e espera que esse percentual aumente para 25% até 2015.

Essa diferença de números, mais uma vez, causa certas interferências no conteúdo - da mesma forma que causa nas redações de revistas dos EUA. Artigos de coisas relacionadas ao universo feminino recebem menos destaque do que deveriam, como Sex and the City, por exemplo. E é preciso reconhecer que homens darão pouca atenção a criar conteúdo relacionado ao universo feminino, da mesma forma que algo parecido pode influenciar escolhas estéticas com relação a textos, embora considere isso injustificável de um ponto de vista.

Mais uma vez, nada conclusivo, apenas indícios que parecem apontar numa direção mais complexa do que a limitada ótica sexista.

Nas anotações do estudo da VIDA, é dito que as integrantes da organização - que milita justamente para uma maior participação das mulheres no mundo das artes - se comunicaram com chefes de redação dessas revistas e receberam respostas como uma que diz que a revista faz campanhas para receber mais textos de mulheres, que eles nunca foram meio a meio. Outros disseram que nunca atentaram pra essas diferenças, que só se preocupam com o texto em si.

Sem conclusões aqui, só estou tentando mostrar que não existe o preto e branco, e mesmo a pomposa exatidão dos números pode levar a um erro de julgamento se não forem contextualizados. A discriminação talvez não exista - e uma organização que luta exatamente a favor de uma maior participação das mulheres na arte literária, admite isso.

A mesma coisa pode ser dita da capa da Wired. A velocidade da GOOD em tecer uma acusação estranha e infundada - que para mim foi mais machista do que qualquer atitude da Wired - foi fruto de uma rapidez de julgamento que não levou em conta essa multiplicidade de fatores presentes na questão - e a crítica da própria fotografada mostrou isso.

 

E é por motivos como esse que procuro me manter afastado desse tipo de discussão. Se nos campos mais progressistas das sociedades humanas - a Ciência e a Academia - vemos mostras de comportamento reacionário do nível da queima de livros e perseguição a Wilhelm Reich, imagine onde impera a política, religiões totalitárias e discussões racistas, sexistas e territoriais.

 

Artigo na GOOD Magazine | Crítica da Cindy Royal | Estudo completo das redações | Números da Wikipedia | Anotações do estudo da VIDA

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Cabala Draconiana

 

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A Ana Death, do nosso blog parceiro iCult Generation, me convidou para resenhar o excelente livro A Cabala Draconiana, de Adriano Camargo Monteiro, escritor ocultista brasileiro de renome mundial. Entre comparações mitológicas e explicações detalhadas da linha cabalística com lados duplos, o livro é rico e com embasamento teórico e prático. Os primeiros parágrafos do texto dizem o seguinte:

 

Qualquer um que já se pôs a estudar mais de um sistema mitológico – mesmo que por pura curiosidade – deve ter chegado a conclusão que existem pontos gerais em que as mitologias muito se assemelham. Tal tipo de linha de estudo até se tornou uma ciência, denominada Mitologia Comparada. A maioria dos estudiosos só se põe a fazer esse tipo de comparação para traçar perfis culturais, sociológicos e psicológicos dos povos que os criaram ou se guiaram por sistemas de mitos ou religiosos, nunca se debruçando profundamente sobre o conteúdo da mitologia em si. Diferentes pesquisadores geram diferentes abordagens e ângulos de estudos. Na Psicologia, por exemplo, Freud dizia que certos mitos expressam repressões e distorções comportamentais, principalmente os relacionados a figura da mãe e do pai, personas chave no desenvolvimento sexual e comportamental de todos os indivíduos.

Como essas distorções se repetem com certa frequência, viram mitos, sendo o exemplo mais popularmente conhecido o Complexo de Édipo. A análise de Carl Jung de sistemas mitológicos é um pouco diferente – provavelmente pela educação religiosa dele, e derivado desse estudo surgiu a teoria dos Arquétipos do Inconsciente Coletivo. Imagens como a Mãe, o Pai, o Nascimento, a Morte, a Iniciação… seriam todas universais e culturalmente inatas, se manifestando pessoalmente através dos Complexos, onde os Arquétipos se misturam com interpretações pessoais.

Para ler a resenha completa, é só clicar na imagem (ou AQUI), e de quebra ainda participar da promoção para concorrer a um exemplar do livro.

Avatar FiliPêra

Boa notícia do dia…

 

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…as filmagens de O Hobbit tiveram início na Nova Zelândia, dando fim a uma das maiores novelas do cinema recente \o/

[/pulos de alegria ensandecidos] Peter Jackson deixou claro que ESSA página do Facebook será atualizada constantemente com informações novas relativas a produção (tipo a foto acima). Em outras palavras: carimbem seus passaportes, porque voltaremos a Terra-Média em breve!

 

[Via Judão]

sexta-feira, 25 de março de 2011

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Os Perdedores

Por Paulo Roberto, do Em Paralello 

 

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A Sexta-Feira mais do que esperada havia chegado. Após uma longa semana de trabalho eu me encontrava em casa de banho tomado e literalmente coçando em minha cama. Na televisão não passava porra nenhuma que prestasse, e não estava com o mínimo saco de ligar o computador para ficar “jiboiando” na internet. Resumindo: eu estava entediado. Resolvi então me dirigir a locadora e tentar achar algum filme que eu ainda não tivesse visto, e foi então que um título me chamou a atenção: Os Perdedores. Após uma breve leitura da sinopse e pelo elenco (que não é lá tão fodástico assim) resolvi alugar o filme para assistir.

Em meu post anterior sobre Transmetropolitan, eu fiz a “bombástica” (nem tão bombástica assim) revelação de que nunca havia lido uma HQ em minha vida. E logo no início do filme descubro que esta era mais uma adaptação de uma HQ… e da Vertigo ainda por cima, aí lascou! Terminei de assistir o filme (já vou falar sobre ele, larga essa ânsia aí) e corri para a internet à procura dos “famigerados scans” (se me permite Coringa). Demorei, cacei, quase desisti, mas finalmente consegui achar toda a séria para baixar.

O filme traz gente como o Chris “Capitão América” Evans no papel de Jensen, Jeffrey Dean Morgan no papel do Coronel Clay e a gostosa Avatar Zoe Saldana. Clay e sua equipe são designados para uma missão aparentemente simples na Bolívia: marcar com uma mira a laser a casa de um traficante para que a mesma seja bombardeada. Simples assim?! Nem tanto.

 

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No momento da missão, Clay e sua equipe percebem que existem crianças na propriedade, eles tentam abortar a missão e percebem que seus esforços foram em vão, pois “Max” entra no canal de comunicação e informa que a missão continuará como o planejado, não importa quem esteja na casa. Então, os grandes heróis americanos têm 5 minutos (acho que eram 8, não me lembro) para invadir a casa e resgatar as crianças antes que os caças cheguem. Com as crianças devidamente resgatadas, Clay e sua equipe se dirigem ao ponto de extração. Após serem informados de que não havia espaço para todos no helicóptero, o saudoso coronel resolve embarcar as crianças enquanto ele e sua equipe ficariam em terra.

A grande merda é que “Max” apronta para eles, de imediato após a decolagem, o helicóptero é abatido por um míssil e todas as crianças morrem. Sabendo que eram eles quem deveriam ter sido mortos, a equipe dos Perdedores se vêem com um único objetivo: se vingar de Max, provarem a sua inocência e retomarem suas vidas (tudo bem não é tão “único” assim). O grande problema é que eles não possuem dinheiro para retornar a terra do Tio Sam, é aí que Aisha aparece oferecendo ajuda, embora alguns da equipe desconfiem dela os mesmos acabam aceitando sua proposta já que ela também não morre de amores por Max.

 

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Com uma mistura de ação e um pouco de comédia, o filme não inova. É um típico filme de sessão da tarde, com boas cenas de ação, mas não apresenta nada de novo. Resumindo: Como no meu caso, que estava em uma sexta-feira a noite totalmente entediado, valeu a pena, mas nada além disso.

O filme em um todo pegou apenas os personagens principais do HQ e adaptou quase toda a história dos quadrinhos. Sempre ouvi as pessoas dizendo que os filmes adaptados dos quadrinhos não eram criados a imagem e semelhança dos mesmos, e desta vez chego a conclusão desta grande maioria. As cenas como, por exemplo do “resgate” do carro blindado, no filme se passa em uma rua movimentada e já no HQ ocorre em uma ponte e o produto achado na maleta não é um “HD” e sim uma mala cheia de drogas. Existe uma pá de diferenças tão gritantes que beiram ao ridículo. Fico pensando: Como esses diretores/ roteiristas podem ser tão imbecis?!

Falando da parte boa, a HQ dos Perdedores é fodástica! A história de Andy Diggle é empolgante e a arte de Jock é quase como um filme, levando instintivamente o leitor a outra página. A história, diferentemente do filme é bem contada, com páginas de tirar o fôlego, a exemplo de Aisha cortando o pescoço do cara e lambendo uma faca cheia de sangue!

Os Perdedores é isso. Uma HQ pra quem curte muita ação e adrenalina, do tipo que você não pode ser bonzinho pra gostar!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Avatar Beatriz Paz

Golden Boy – Estudar! Estudar! Estudar!

 

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Olá meus leitores lindos e garbosos!

Já se imaginou rodando o país numa bicicleta com o único objetivo de aprender mais sobre a vida e estudá-la? Já pensou encontrar uma garota deslumbrante a cada cidade nova e vivenciar experiências que fariam todos os seus amigos morrerem de inveja? Já teve vontade de ter tudo isso mas nunca teve grana, ou coragem e sorte, pra cair de cabeça? Não tem problema, Golden Boy mata um pouquinho dessa vontade pra você.

Conforme eu havia prometido no post sobre a Ebichu, cá estou eu, sua mascote favorita, com a resenha quentinha e prontinha da adaptação em anime (produzida pela Shueisha e KSS em 1995) do mangá escrito por Tetsuya Egawa.

Golden Boy conta a história do jovem de 25 anos Kintaro Oe que, por ser tão inteligente, teve que sair da faculdade de direito, a Toudai (seria mais ou menos uma USP japonesa), e resolve ir aprender sobre a vida rodando o Japão em sua bicicleta e revezando de emprego em emprego temporário e anotando tudo em sua agenda.

 

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Não sei se vocês entenderam bem, mas o cara com apenas 25 anos conseguiu zerar o currículo acadêmico do curso de direito de uma das universidades mais difíceis de entrar no mundo e quando uma coisa é difícil academicamente falando no Japão, acredite, ela É difícil.

Mas não vá pensando que pelo fato de Kintaro ser um gênio ele é recatado, esquisito ou estereotipadamente caracterizado, muito pelo contrário, ele é atrapalhado, simpático, esforçado e um pouco pervertido. E é ai que reside a sua graça. O telespectador se afeiçoa com Kintaro logo de cara, seja pela sua energia ou seja pelas situações que o protagonista passa.

Como vocês já sabem eu não tenho medo ou vergonha alguma de resenhar um anime pervertido ou Ecchi, então, se você acha que Golden Boy fala sobre as aventuras de Oe de um modo dramático, lúdico e puro… esqueça, vão ver algum anime shoujo que será melhor pra você. A série animada tem somente 6 OVAS, e a sua qualidade de animação é muito boa, as sequências de ação e até as cenas de diálogo tem uma fluidez de movimento impressionante, dá gosto de ver de tão bonito - e eu digo o mesmo das beldades que cruzam o caminho de Kintaro.

 

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Sim meus caros leitores-cueca, seis episódios, seis histórias e seis GAROTAS diferentes que vão da menina doce e pura de alma até a deusa selvagem excitada por velocidade. São seis estereótipos de garotas que todo o homem sonha em encontrar pelo menos uma vez na vida, e o traço do desenho é lindo, o que faz com que as moças fiquem mais bonitas ainda.

Conforme o anime passa nós percebemos a índole de Kintaro: bom de coração, generoso, esforçado e pervertido. Gente ele é homem e não um padre. E sim, ele se dá bem com todas as moças, isso não conta como spoiler porque só de ver a foto que abre essa resenha já dá pra ter uma noção do poder do garoto (e por que não dizer uma boa pontada de inveja?)

As histórias são bem estruturadas, desenvolvidas e são bem distintas, o que eu achei ótimo, pois não evita clichês, e sempre tem relação com o trabalho temporário do protagonista. Seja esse trabalhar num restaurante, seja trabalhar num estúdio de animação. E não posso deixar de comentar: Kintaro é hilário e grande parte se disso se dá por conta de seu dublador, Mitsuo Iwata, que também faz sua participação em Ebichu dublando Maa-kun, o personagem apaixonado pela hamster. Assistir Golden Boy e não dar uma risada é um pecado grave e você passará o resto da sua vida não mortal pagando por isso.

 

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Apesar de todas as perversões o anime é extremamente divertido e engraçado, o humor é leve e descontraído, claro que sempre tem uma conotação sexual no meio e MUITOS peitos pulando, com direito a efeito sonoro. Nem preciso dizer, mas homens, vocês irão adorar. E she-nerds, se vocês forem como eu, que não ligam e até gostam de mangás Ecchi, vão fundo e assistam Golden Boy, não se arrependerão.

Eu comparei o mangá com o anime antes de começar a fazer essa resenha, e comecei a ler por pura curiosidade e entre a versão animada e a escrita, a primeira é leve comparada a segunda. A partir do volume 2 de Golden Boy fica muito pornográfico, mas não que eu esteja reclamando.

 

Quer assistir um anime que te faça rolar de rir pelo chão? Que tenha uma história divertida, leve e com uma perversão saudável (nada de tentáculos ou outros fetiches no estilo Night Shift Nurses)? Quer assistir um anime bonito de se ver que vai acabar grudando na sua cabeça de tão bom e te fará recomendá-lo aos seus amigos? Tá esperando o que pra começar a assistir Golden Boy?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Avatar Colaborador Nerd

Risadaria 2011

Por Thiago Chaves, do blog Chaves Papel

 

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De 24 a 27 de março, o Pavilhão da Bienal do Ibirapuera em São Paulo recebe pela segunda vez o evento mais engraçado do ano, Risadaria. Um evento que reúne grandes nomes do humor nacional dos mais diversos formatos: Literaura, Cinema, TV, Rádio, Internet, Cartoon, Teatro, Fotografia, Circo, Stand-Up Comedy...

Tendo como idealizador o humorista Paulo Bonfá (Rockgol) e como curadores Marcelo Tas (CQC), Diogo Portugal (Stand-Up Comedy), Caco Galhardo (Cartunista da Folha), Marcelo Madureira (Casseta & Planeta) e Wellington Nogueira (Doutores da Alegria) o tema dessa edição é A Maior Fábrica de Risadas de Todos os Tempos.

Como na edição anterior, com o Chico Anysio sendo o grande humorista homenageado, essa também terá o seu grande nome: Jô Soares. Haverá uma exposição no “Pavilhão da Risada” com seus objetos pessoais acumulados ao longo de sua carreira, como fotos, pôsteres dos seus personagens, vídeos, canecas do programa (...) até a sua coleção pessoal de gravatas borboletas.

Cerca de cem atrações serão apresentadas nos quatro dias de evento, como o “Tributo ao Nariz”, a “Supersessão de Humor Negro”, o novo show de Rafinha Bastos “Apenas uma Boa Pessoa”, a gravação do programa “É Tudo Improviso”, o espetáculo de improviso “Improvável”, a final do Campeonato Brasileiro de Stand-up Comedy e o “Encontros Gozados 2011”.

O evento conta ainda com duas atrações internacionais de peso. Estou falando do comediante Michael Winslow, conhecido pelas suas dez mil vozes em Loucademia de Polícia, e o palhaço norte-americano Avner, The Eccentric, conhecido pelo seu humor simples e mágico.

Eu só fiquei surpreso de não encontrar nomes de integrantes do Zorra Total e da Praça é Nossa no evento! Então é isso, você que mora em São Paulo não tem mais desculpas pra ficar em casa com mau humor!

 

Risadaria 2011

Data: de 24 a 27/3
Horário: Quinta a sábado das 10h às 22h e domingo das 10h às 21h.
Local: Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera
Para mais informações, acesse o site oficial do Risadaria e fique por dentro de tudo

 

Avatar FiliPêra

Veja o trailer de Super 8, a homenagem de J. J. Abrams aos anos 80

 

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Vendo o pôster acima é fácil constatar que o nome de Steven Spielberg está tão destacado quanto o nome de J. J. Abrams. Não é à toa, todo o trailer e Super 8 parece gritar que tem um dedo do diretor de E. T. ali. O filme começou sua campanha de marketing com muito mistério, marca já bem conhecida de Abrams. Mas aos poucos soubemos um pouco mais sobre ele, e tudo envolve monstros e guris… nada mais que uma possível sessão da tarde bem pensada à moda anos 80.

A história de passa em 1979, quando um grupo de guris testemunha um acidente de trem e o registra com uma câmera super 8, usada por eles para fazer um filme. O que se segue é um monte de mistérios, militares encobrindo verdades e muita desconfiança. Veja o trailer e experimente o maior revival dos anos 80 que você experimentará por esses anos. Alguns logicamente vão condenar o filme, por sua fórmula Goonies-encontra-ET, outros vão se amarrar (por enquanto estou no segundo grupo).

 

Só posso dizer que gostei! E antes de falarem mal de Abrams, lembrem que o Star Trek dele foi um filmaço e Fringe dá um banho de qualidade em Lost. Tá certo que ele é um emulador de Spielberg, mas a gente perdoa.

 

[Via Omelete]

terça-feira, 22 de março de 2011

Avatar FiliPêra

[Capetalismo Addendum #3] Necessidade vs Ganância

Enquanto Eu não retorno e finalmente concluo a minha série sobre as principais engrenagens financeiras de uma economia, deixo com a palavra o economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia e conselheiro econômico de um monte de países por aí.

 

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O maior líder moral da Índia, Mahatma Gandhi tem a famosa máxima segundo a qual há o suficiente na Terra para suprir as necessidades de todo mundo, mas não para as ganâncias de todo mundo. Hoje, o insight de Gandhi está sendo posto em teste mais do que nunca.

O mundo está rompendo os limites no uso de recursos. Estamos sentindo diariamente o impacto de enchentes, tempestades e secas – e os resultados aparecem nos preços no mercado. Agora nosso destino depende de se cooperamos ou ficamos vítimas da ganância autodestrutiva.

Os limites da economia global são novos, resultam do tamanho sem precedentes da população mundial e da disseminação sem precedentes do crescimento econômico em quase todo o mundo. Há no momento sete bilhões de pessoas no planeta; há meio século, eram três bilhões. Hoje, a renda média per capita está em torno de 10 mil dólares; no mundo rico, em torno de 40 mil dólares, e no mundo em desenvolvimento, em torno de 4 mil. Isso significa que a economia mundial está agora produzindo em média 70 trilhões de dólares em rendimentos totais por ano, comparados a algo como 10 trilhões, em 1960.

A economia da China está crescendo em torno de 10% ao ano. O crescimento da Índia está próximo do mesmo índice. A África, a região com o crescimento mais lento, está batendo a casa dos 5% no crescimento anual do PIB. Sobretudo os países em desenvolvimento estão crescendo em torno de 7% ao ano, e as economias desenvolvidas em torno de 2%, mantendo o crescimento global em algo como 4,5%.

 

Ganância ou crescimento

Essas são boas notícias em vários aspectos. O rápido crescimento econômico nos países em desenvolvimento está aliviando a pobreza. Na China, por exemplo, a pobreza extrema diminuiu bem mais da metade da população, e hoje atinge 10% ou menos da população.

Há no entanto um outro lado da história do crescimento global que devemos entender claramente. Com a economia mundial crescendo a 4-5% ao ano, estará num caminho para dobrar de tamanho em menos de vinte anos. Os 70 trilhões de dólares da economia mundial serão 140 trilhões, antes de 2030, e 280 trilhões antes de 2050, em caso de extrapolarmos as taxas de crescimento de hoje.

Nosso planeta não suportará fisicamente esse crescimento econômico exponencial, se deixarmos a ganância levar vantagem. O crescimento da economia mundial já está esmagando a natureza hoje, depredando rapidamente as fontes de combustível fóssil que a natureza levou milhões de anos para criar, enquanto o clima resultante da mudança climática tem gerado instabilidades massivas em termos de regime de chuvas, de temperatura e de tempestades extremas.

Vemos diariamente essas pressões no mercado. O preço do petróleo chegou a mais de 100 dólares o barril, enquanto China, Índia e outros países importadores se juntam aos EUA, num negócio massivo, para comprar combustível, especialmente do Oriente Médio. O preço dos alimentos também está em patamares históricos, contribuindo com a pobreza e a instabilidade política.

Esgotamento ambiental

Por um lado, há mais bocas para alimentar e, em geral, com maior poder aquisitivo. Por outro, ondas de calor, secas, enchentes e outros desastres induzidos pela mudança climática estão destruindo safras e reduzindo os estoques de grãos nos mercados mundiais. Nos últimos meses, várias secas atingiram a produção de grãos de regiões da Rússia e da Ucrânia, e enchentes enormes ocorreram no Brasil e na Austrália; agora, outra seca está ameaçando o cinturão de grãos da China.

Há algo mais do que a visão de que isso é muito perigoso. Em muitas partes populosas do mundo, inclusive em regiões de produção de grãos no nordeste da Índia, da China e no Meio Oeste dos EUA fazendeiros estão cavando cada vez mais fundo para irrigar suas lavouras.

Os grandes aquíferos que forneciam água para irrigação estão sendo esvaziados. Em alguns lugares da Índia, o nível das águas está baixando vários metros anualmente nos últimos anos. Alguns poços estão próximos da exaustão, com uma salinidade tão alta que parece que infiltraram águas oceânicas no aquífero.

Se não mudarmos, uma calamidade é inevitável. E é aqui que entra Gandhi. Se nossas sociedades estão correndo segundo o princípio da ganância, com os ricos fazendo de tudo para ficarem mais ricos, a crescente crise de recursos levará a uma ampla divisão entre ricos e pobres – e muito possivelmente a uma crescente luta por sobrevivência.

 

Conflito de classes

Os ricos tentarão usar seu poder para dominar mais terra, mais água e mais energia para si mesmos, e muitos vão dispor de meios violentos para fazê-lo, se necessário. Os EUA já seguiram a estratégia de militarização no Oriente Médio, na esperança ingênua de que esse tipo de abordagem pode assegurar fornecimento de energia. Agora, a competição por esses suprimentos está se intensificando com a China, Índia e outros, na corrida pelos mesmos (em vias de esgotamento) recursos.

Um poder análogo de captura de recursos está sendo tentado na África. O aumento dos preços de alimentos está levando a um aumento do preço das terras, enquanto políticos poderosos vendem a investidores estrangeiros vastas fazendas, varrendo do mapa as agriculturas tradicionais e os direitos dos pequenos agricultores. Investidores estrangeiros esperam usar grandes fazendas mecanizadas para produzir para exportação, deixando pouco ou nada para as populações locais.

Em toda parte nos grandes países – EUA, Reino Unido, China, Índia e outros – os ricos têm desfrutado de renda elevada e do aumento de poder político. A economia dos EUA foi sequestrada por bilionários, pela indústria do petróleo e outros setores chave. A mesma tendência ameaça as economias emergentes, onde a riqueza e a corrupção estão em alta.

Se a ganância vencer, a máquina do crescimento econômico depredará os recursos, deixará os pobres de lado e nos conduzirá a uma profunda crise social, política e econômica. A alternativa é um paradigma de cooperação social e política, tanto no interior dos países, como internacionalmente. Haverá recursos suficientes e prosperidade para seguir em frente, se convertermos nossas economias em fontes renováveis de energia, em práticas agrícolas sustentáveis e numa taxação razoável dos ricos. Este é o caminho da prosperidade compartilhada, por meio do avanço tecnológico, da justiça política e da consciência ética.

(*) Jeffrey D. Sachs é professor de Economia e diretor do Instituto Terra da Universidade Columbia. Ele também é conselheiro especial da Secretaria Geral das Nações Unidas para as Metas do Milênio.

 

Tradução: Katarina Peixoto (para Carta Maior, publicado originalmente na Al Jazeera)

[Via RS Urgente]

Avatar FiliPêra

A série de Sandman e a chatice da boataria nos sites de notícias

 

Sandman

Já escrevi como odeio a indústria da boataria que se instalou na imprensa “cultural” - e como odeio mais ainda os fãs que vão nessa onda de hype exacerbado e mercantilista. Às vezes, as notícias saem de tal forma que é difícil não imaginar que a escrita delas não tenha sido orquestrada pela produtora noticiada (isso me lembra que ainda não escrevi nada sobre minha péssima experiência como assessor de imprensa e como não considero a profissão “fazer jornalismo”. Um dia escrevo). E foi algo assim que pensei quando li novas sobre a série de Sandman para a TV - um vaporware no nível de Duke Nukem Forever.

Em setembro passado uma notícia afirmou que Eric Kripke, criador de Supernatural, foi escalado para produzir a chegada de Lorde Morpheus às telas pequenas… mas, em entrevista que deu na semana passada afirmou que a produção não tava rolando.

 

“Infelizmente, por um monte de motivos variados, Sandman não está em produção, pelo menos para esta temporada. [...] Não foi por culpa de ninguém que não aconteceu nesta temporada e espero que possamos fazê-lo no futuro”

Ele complementou que havia conversado com Gaiman, comentou que se amarra no material, e essas coisas pra acalmar nossos nervos e nos fazer desistir da idéia de esperar uma merda homérica. E convenhamos, com o tom certo e gente talentosa, Sandman pode ser um marco histórico na TV americana - ou uma bomba histórica, porque a complexidade da trama tá num nível estratosférico, e não algo pronto pra TV no estilo The Walking Dead.

E com essa declaração o assunto morreu, alguns choraram, outros comemoraram… ATÉ QUE, um dos homens fortes da DC Entertaiment (minha editora preferida, para quem não sabe), Geoff Johns, resolveu usar o Twitter para “desmentir” a declaração de Kripke e mandou essa:

 

Correção para o mundo: The Sandman está acordado! :) Estou emocionado por trabalhar com @neilhimself  [Neil Gaiman] no desenvolvimento de uma das melhores séries ever!

Os que choraram agora riram, e os que riram agora choraram…

A interpretação desse lance pode ser feita por dois ângulos: chutaram a bunda do Kripke e ele continua achando que tá tocando a série, ou ele continua na série, mas Johns achou por bem não esfriar os ânimos do pessoal, até porque se olharmos as declarações dos dois e conflitarmos, perceberemos que uma não desmente a outra. Kripke disse que está conversando com Gaiman, e Johns falou o mesmo… só estava mais animado. Só acho que foi uma questão de querer manter o nome de Sandman e da Warner na mídia.

Bom, espero que a série seja boa, caso veja a luz do dia. Não vou pagar aqui de fã chato e torcer contra a adaptação, apesar de achar que algo assim não dará certo, definitivamente.

 

[Via emQuadrinho e Judão]

Avatar Voz do Além

Ubisoft utiliza trilha sonora pirata em Assassin’s Creed… e espalha um pouco de ironia por aí

 

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A Ubisoft é uma das empresas mais chatas com relação a pirataria. Já chegou ao ponto crítico de fazer um sistema antipirataria que exigia que o PC ficasse conectado a internet enquanto o jogo estivesse rodando. No fim das contas, os sistemas de DRM dela infernizam mais a vida dos jogadores honestos do que dos que pirateiam, que sempre arrumam maneiras bem simples de burlar esse tipo de “problema”.

Pois bem, a empresa resolveu agradar os gamers de PC, que estão recebendo Assassin’s Creed: Brotherhood cinco meses depois dele chegar aos consoles. E para isso não fez uma edição qualquer do jogo, mas sim uma de luxo, com conteúdo adicional, tipo trilha sonora. Eis que o usuário plginger, do Reddit, comprou o game na pré-venda e postou uma imagem que aparentemente prova que a Ubisoft pirateou a própria trilha sonora e inseriu no game na maior cara de pau.

Entre os metadados temos um “encoded by Arsa13″, que é um conhecido uploader de trilhas sonoras. A questão é meio dúbia e mostra o caráter idiota da proibição ao Compartilhamento, já que a Ubisoft tem os direitos sobre a música, mas se valeu de meios considerados ilegais para consegui-las, contribuindo para o fortalecimento dele - espero que o funcionário da empresa que baixou tenha ficado de seed para upar pelo menos o tamanho da trilha, é a ética do mundo dos torrents.

Pior que quanto mais penso nesse lance, menos o entendo. Deve ser um caso de preguiça. O produtor musical fala com o programador que a trilha sonora tá num pendrive, em cima de uma mesa, dois andares abaixo… e ele com dois cliques resolve o problema sem tirar a bunda da cadeira. Só que os metadados não perdoam.

Só não seja tão apressado em absolver a Ubisoft, já que ela tem histórico desse tipo de atitude. Em 2006, a versão para download de Rainbow Six Vegas 2 veio com um bug que tornava obrigatório a inserção de um DVD do jogo no drive. Para resolver o problema ela lançou uma atualização… que nada mais era do que um crack contra o DRM da empresa criado pelo grupo Reloaded.

Interessante, não?!

 

PS: sei que tô falando muito do mundo dos games… “culpem” meus empregadores.

[Via Destructoid]

segunda-feira, 21 de março de 2011

Avatar FiliPêra

Eletronic Arts tenta trapacear o já trapaceado Metacritics

 

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Clique para ver maior… mas só dá pra entender a imagem depois de ler o post

Depois de reviews bem pouco acalorados de Dragon Age II por parte dos usuários, a Eletronic Arts teve uma idéia nada gloriosa: colocou um desenvolvedor do jogo para fazer uma resenha mega-positiva na seção de usuários do Metacritics - que, pra quem não sabe, é um site que reúne críticas de games, filmes e músicas vindas uma série de veículos jornalísticos. E pior: ao ser questionada sobre o fato, a empresa respondeu com um cara-de-pau “é assim que as coisas são”.

Tudo começou quando o usuário GatoFiasco do fórum Reddit, desconfiou de uma resenha positiva demais que veio acompanhada de um belo 10, postada por um tal de Avanost.

 

"A imersão e o combate deste jogo são incomparáveis! Um épico verdadeiramente comovente e divertido. Uma avaliação negativa deste jogo é um exagero de opinião pessoal. (...) ele é executado com perfeição e infinitamente divertido."

Realmente parece uma peça publicitária, é até possível ouvir a voz de um narrador berrando as frases acima. GatoFiasco ficou ainda mais desconfiado quando descobriu que aquele era o único review dele, e resolveu fazer umas buscas pela internet. Rapidamente descobriu que Avanost é um engenheiro da BioWare, o estúdio por trás de Dragon Age II, possuindo até perfil no Linkedin - nada como deixar rastros no melhor estilo lesma velha. Nosso amigo Fiasco foi então ao Reddit e postou o seguinte, entre outras coisas:

 

Esta é uma questão de ética e integridade. O consumidor exige informações objetivas a fim de tomar uma decisão informada sobre a compra de um produto. Se a linha entre o artigo editorial e análise de um produto se desfaz, então o consumidor está sendo enganado com os custos da sua eventual confiança e lealdade à empresa responsável. É por isso que a divulgação dos laços da indústria é necessária para evitar sequer uma aparência de impropriedade.

Logicamente rolou uma indignação por parte dos usuários do site e da comunidade gamer em geral, ao ver tamanha interferência e jogo sujo, nas palavras deles. O Kotaku americano foi atrás da Eletronic Arts para pegar uma declaração sobre esse caso, e o resultado foi uma pérola:

 

“É claro que os desenvolvedores dão notas positivas para seus próprios jogo. É assim que funciona no Oscar, é assim que funciona no Grammy. E eu aposto que Barack Obama votou em si mesmo na última eleição.”

Eu não vou aqui entrar no mérito da grande diferença entre uma eleição presidencial - ou do Oscar, reconhecidamente com cartas marcadas - e um site com reviews de usuários e críticos, mas acho de extremo mal gosto essa mistura cínica entre publicidade e avaliações, com empresas incentivando isso. O marketing visa despertar o interesse das pessoas em adquirir um produto/serviço, e quando ele invade o espaço jornalístico de forma camuflada, o resultado costuma ser promíscuo. Na minha opinião, uma pessoa que virou noites, recebeu salários e investiu seu tempo desenvolvendo um jogo, não está em posição de opinar sobre a qualidade dele em um fórum público, ainda mais de forma anônima, quase enganosa.

E pior: ele desqualificou a opinião de quem não gostou, ao dizer que “Uma avaliação negativa deste jogo é um exagero de opinião pessoal”. Não sei se essa foi uma iniciativa pessoal de Chris Hoban (nome verdadeiro de Avanost), ou foi a mando da EA - creio que foi a segunda opção, pelo que a empresa disse acerca do review viciado - mas sei que foi uma atitude de extremo mal gosto.

O Kotaku brasileiro fez um adendo interessante ao assunto, ao dizer que o erro dele foi ter feito o que fez de forma anônima, o que discordo. Um desenvolvedor vai, sem sombra de dúvidas, dar uma opinião positiva sobre o game. Ele opinar num fórum de jogadores sobre as impressões dele sobre um jogo que ajudou a fazer, me parece uma armadilha lógica: a) se ele falar mal, será falta de ética dele para com a empresa, por meter o pau publicamente num trabalho que participou, b) se falar bem, será falta de ética com o público, porque sua opinião está naturalmente viciada, fora que seria de uma obviedade extrema, como demonstrou aquela porcaria de texto que o Avanost postou.

 

Existem também três questões secundárias sobre o assunto…

Resenhas com número são por si só armadilhas, principalmente quando usadas em conjunto com notas ao final - a forma como fazemos aqui, por uma série de motivos que explico em um texto futuro. Os que ficam presos a números e não lêem o texto, naturalmente estão sujeitos a enganações como essas, o que dificulta e muito a identificação de avaliações publicitárias como a que está sendo tema desse texto.

A segunda questão passa pela própria natureza do Metacritics. É preciso usar com cautela o serviço dele - que é excelente, por sinal -, principalmente o Metascore, que é a nota final atribuída a um produto avaliado. O problema é que veículos diferentes dão ênfase a aspectos diferentes de cada jogo. Enquanto para alguns avaliadores o som pode ser mais importante, para outros os gráficos são mais.

Na hora de criar a média geral, os critérios são matemáticos, o que também é um problema. Alguns avaliadores podem entender um 5 como uma nota para um jogo mediano, enquanto outros podem ser presos a índices um pouco mais acadêmicos e achar um cinco insuficiente (meu caso). Enfim, minha crítica nesse aspecto não vai ao Metacritics em si, que considero uma boa iniciativa, mas a usuários fissurados em números, o tipo de fanboy que pega a nota de uma revista e mostra para outro fanboy (Eu já fui desses). E uma olhada rápida pelos reviews de usuários do Metacritics revela muitos fanboys desse tipo, que dão um redondo ZERO por alguma coisa praticamente insignificante (não vou exemplificar nenhuma aqui porque elas não têm links, mas é só olhar por lá). Até aí tudo bem, mas os números do Metacritics influenciam até mesmo o mercado financeiro, derrubando ações e condenando as vendas de um game ao ostracismo.

O ótimo site BitMob publicou uma coluna excelente mostrando um terceiro ponto que envolve críticos de games e as relações deles com empresas. O autor expõe que é política de algumas produtoras mandar o jogo antes para alguns sites avaliarem, o que certamente pode ser considerado um privilégio, principalmente para os sites menores. Avaliações negativas simplesmente resultam em cortes desse “privilégio”. Empresas como a Eletronic Arts e a Sony têm uma histórico nesse sentido. A Sony chegou a inventar uma crítica e colocou no DVD de Homem-Aranha, certa vez, o que pode ser considerado crime, acho Eu.

Como exemplo bem recente, Dennis Scimeca - que escreveu o texto - listou as avaliações pré-lançamento de Homefront (que também teve problemas recentes graças ao Metascore).

 

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Antes do lançamento

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Depois do lançamento

Reparou a queda significativa? Segundo o autor - um freelance que escreve para o Gamasutra, G4TV e Joystiq, de acordo com a bio dele -, esse tipo de curva negativa na nota se deve ao caráter de amizade entre veículos que recebem games antes do lançamento e os que os jogam depois do lançamento.

Bom, esse caso parece mostrar isso com certa clareza, e se entendermos a história por trás de Homefront as provas parecem ainda mais claras. O fato é que a THQ, que produziu Homefront, precisa vender pelo menos 2 milhões de cópias dele, tanto para ter retorno financeiro, quanto por estar em uma situação meio delicada no mercado. E o Metascore efetivamente vende jogos, como uma análise do consultor Michael Pachter mostrou certa vez. Não é preciso ser gênio pra lugar as duas coisas e especular sobre subornos em busca de boas avaliações.

 

O pior é saber que esse tipo de caso ocorre com grande frequência, misturando cada vez mais opinião com marketing barato. Uma investigação um pouco mais aprofundada revela ainda mais nessa direção, o que é triste.

 

[Via Kotaku, texto meu no GamesBrasil e BitMob]


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