segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Avatar Voz do Além

[#CPBR4] (Des)Conexão

 

DSC00879

Se teve uma coisa que a edição 2010 (a minha primeira) da Campus Party deixou claro foi: a estrutura técnica era um primor; chegava 2012, mas as coisas no evento ficavam da mesma forma. Esse ano trataram de mudar isso. Não sei se porquê ano passado o sistema não foi colocado no limite (e pelos temporais que caíram, creio ele ter sido testado sim), mas o fato é que nessa edição do evento a rede caiu mais que V-2 em Londres na época da II Guerra.

A primeira vez rolou logo na segunda, primeiro dia do evento. A segunda-feira na Campus Party só serve pra duas coisas: descansar e já ir se aclimatando a conexão. Não existe programação oficial, no máximo uma abertura à meia noite - esse ano foi um show legalzão dos Seminovos - e como pouca gente se conhece, tudo depende da conexão pra acontecer de verdade. Dessa vez o povo tava destruído pelas filas e tava tudo meio paradão… até que umas 2h50 da matina a luz cai. Um pequeno caos organizado se instalou. Berros, correria e tudo que se espera de pessoas que só querem uma fagulha de problema pra propagar um pouco de bagunça.

Mas o cansaço do povo logo os aquietou. Umas quatro da manhã Eu fui dormir - e no outro dia leio que a culpa da queda de energia tinha sido de um carro maroto que bateu num poste. Ótimo, acordo com tudo nos eixos, parecia mais o Apagão que Gabriel Dread tinha pedido ao Interney quando pediram dicas de coisas que podiam rolar no evento. Mas na terça-feira, por volta das 18h, outro apagão rolou, graças a um temporal dos mais sinistros. Os mais atentos com a repercussão do incidente perceberam que uma espécie de queda de braço entre a organização do evento e a Eletropaulo ocorreu. A organização soltou uma nota dizendo que toda a região do Imigrantes havia ficado sem luz… mas a Eletropaulo rebateu, dizendo que não havia registrado quedas de luz, jogando os problemas pras costas da Campus Party.

Deixando de lado esse problema chato, os nerds aproveitaram para mais caos e levantaram a bunda da cadeira. Como é de praxe, várias pessoas pegaram os notebooks e escreveram mensagens com piadinhas inseridas. Coisa como “Põe GVT aí”, “Troco comida por conexão de 500 KB” e “Sigam Jesus Luz no Twitter”. Nessas horas fica patente o diferencial do público do evento: os problemas são sempre minimizados, o povo é pacífico pra cacete. O aquário da Telefônica, onde se localizam os servidores da Campus, tinha apenas um segurança na porta pra tomar conta da multidão de nerds “ensandecidos” na porta, que cercou o lugar e berrou sem parar. Os funcionários lá dentro coçavam a cabeça sem parar, devido a pressão na cabeça.

Enquanto isso, mais manifestações de humor relacionadas ao apagão. Retiraram a Santa Banda Larga do lugar dela - ao lado do palco - e desfilaram com a bendita por aí, provavelmente imaginando uma forma de oferecer um sacrifício a Santa e restabelecer o reinado dela. Mas o pior ainda estava pra chegar: um enorme pênis (benga, pica, pau… para os mais vulgares) inflável apareceu nesse momento. Me ponho a imaginar que tipo de pessoa tem a idéia de levar um falo pra Campus Party e preferi não chegar a conclusão alguma.

Passado esse Caos - divertido, na minha opinião - ouvimos as clássicas promessas do Mário Teza, diretor da Campus Party (em substituição ao carismático Marcelo Branco, que saiu com a reputação ainda mais em alta e esse ano tava “só curtindo”, segundo ele). Dessa vez ele prometeu mais quatro geradores, que segurariam o tranco. Na quarta-feira ele anuncia que outros 1o geradores foram comprados (não sei se mais 10, ou ao todo foram 10).

Eles seriam colocados a prova horas depois. No meio da tarde de quinta-feira, uma chuva apocalíptica caiu em São Paulo. Se por um lado ela levou embora o forte calor que tava instalado na cidade, por outro levou a energia embora mais uma vez. Mas os geradores mostraram serviço e tudo foi restabelecido em poucos segundos. No entanto, teve uma coisa que a organização não conseguiu evitar: a entrada de água no pavilhão, graças ao vento fortíssimo. Alguns solucionaram o problema com um guarda-chuva sobre o notebook, outros simplesmente mudando de lugar. Eu simplesmente achei engraçado, afinal, não estava entre os afetados. Uma meia hora depois a chuva se vai, e a energia cai novamente por alguns segundos para que novamente recebemos a corrente da Eletropaulo.

 

Nos outros dias tudo transcorreu normalmente, sem qualquer problema com relação a parte técnica. Mas ficou a dúvida: era um problema da organização, que não tinha feito as instalações a contento, ou da Eletropaulo e dos acidentes nos postes? Devo dizer que pra mim foi um pouco dos dois. Não creio que a Eletropaulo deva ser isenta, já que no último incidente devido ao temporal, ficou mais ou menos claro que algum problema por parte dela realmente existiu - algum teórico da conspiração deve dizer que tudo não passou de armação da Futura Networks, organizadora do evento, pra tirar a culpa das costas deles, mas não creio que isso tenha rolado - mas a organização do evento realmente deveria ter considerado que sem energia a Campus Party não funciona, e tratado de arrumar os 10 geradores logo de cara - rodando o Centro de Exposição Imigrantes, só consegui achar cinco.

Mas como diz meu pai: “Brasileiro só fecha a porta quando é assaltado!

comente primeiro!


Layout UsuárioCompulsivo