quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Avatar Voz do Além

Mãe se vicia em games e quase deixa filhos morrerem

 

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Eu imagino a vida dessa mulher inglesa não identificada, viúva de 33 anos: devia trabalhar, cuidar da casa, dos três filhos, dos dois cachorros que deviam alegrar a casa… enfim, uma vida normal, provavelmente rotineira, até. Até que ela inocentemente conheceu Small World, um misto de game online (um RPG com elementos de plataforma) com rede social. Depois disso foi tudo pro inferno. A vida dela foi sugada pelo jogo, o que era realidade se tornou uma mera virtualização - lembram de Avatar?! Algo parecido… a mensagem dele não era tão lindinha quanto dizem por aí - e todas as coisas que dependiam dela na realidade propriamente dita começaram a se deteriorar.

A casa começou a ficar bagunçada e suja, ela começou a faltar o emprego de vez em quando, não buscava mais a correspondência… A coisa foi fluindo até ela não sair mais pra comprar comida. Dava feijão enlatado sem cozimento para os filhos - com idades de 9, 10 e 13 anos. Quando acabou o feijão, passou a dar batatas cruas para eles - e seus níveis no jogo só iam crescendo. Não demorou muitos meses para seus cachorros morrerem de inanição e seus corpos ficarem estirados no quintal, putrefatos. A casa já estava cheia de comida estragada, poeira e lixo se acumulando num nível insano. Os filhos estavam a beira da morte por má alimentação e por viverem num ambiente agressivamente sujo. E ela continuava jogando sem parar.

Um vizinho - cerca de seis meses depois que a Mulher conheceu o game - viu que algo estava errado, a caixa de correio estava abarrotada e a casa estava imunda por fora, o que o levou a chamar a polícia. Quando a polícia entrou na propriedade dela se deparou com o quadro lamentável descrito… inclusive com defuntos de cachorro estirados no quintal há dois meses. Sua única resposta diante dos intensos questionamentos para algo tão absurdo foi um “eu não consigo parar de jogar”.

Ao ser julgada, a Mulher alegou que conheceu o game justamente quando seu marido morreu de ataque cardíaco, e que ela acabou canalizando a perda dele no progressivo aumento de vício no jogo, o que quase matou seus filhos. O juiz da corte de Maidstone Crown, Jeremy Carey, aceitou a alegação da defesa, mas a condenou a 75 horas de trabalhos comunitários e a proibiu de usar computadores e possuir animais domésticos por seis meses, além de indicar acompanhamento para os filhos dela. Um final, por hora, feliz…

 

Minha opinião sobre fatos assim todos conhecem: não culpo os games por descontroles excessivos como esse, embora reconheça o fator viciante que jogos possuem, além deles poderem ser facilmente canalizados como fugas da realidade, como aconteceu com a Mulher. Lógico que uma pessoa em sã consciência não submeteria seus filhos - e os cachorros - a uma existência tão miserável, por isso creio que o desvio psicológico foi aceito pela Justiça. Da mesma forma que ela viciou em videogame, ela poderia ter se viciado em TV, em palavras cruzadas, em limpeza, qualquer coisa poderia ser um gatilho para a fuga dela. Então, por isso sou efetivamente contra qualquer tipo de proibição ou ataque aos videogames graças a esse tipo de caso, acho que existem coisas mais culpadas do que games, como o atual regime semi-escravo de trabalho, por exemplo.

 

PS: Se Eu ficar parecendo um metido a intelectual nos próximos 365 dias, relevem e me perdoem, é que estou lendo livros teóricos/científicos/filosóficos demais, me preparando pro meu mestrado ou pra uma graduação em Filosofia.

Telegraph [Via Geek]

3 Comentaram...

T. Mileto! disse...

Já vi outros casos do tipo.
São coisas tão absurdas que fica explicita a presença de um descontrole psicológico.
E quando isso acontece não há distinção... poderia ter se viciado em qualquer coisa cotidiana. Pessoas como essa necessitam urgente de um tratamente psicológico.

PS': Se fosse no Brasil e ao inves do jogo ela se viciasse em televisão.. tenho certeza que não duraria uma semana. - Já que no domingo, percebendo que teria que escolher entre Eliana, Gugu e Faustão, ela desistiria "facim".

Panthro disse...

Então, outro dia eu estava no IPq e o um dos chefes do Ambulatório de Transtornos do Impulso disse que a maior parte dos dependentes são dependentes de compras, oniomania. Acho que nós deveríamos proibir as compras.

*Karina_Csi_investigation* disse...

Nossa! Mais ela não percebia nada em sua volta ? Fica estranho pq foram seis meses ela não tomou banho,não comeu,e como ela fazia para pagar a Internet,nunca faltou energia,não tinha parentes,e o seu filho de 13anos não sabia ir ao mercado comprar ao menos um comida instantania? Eu heim.

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