quarta-feira, 14 de abril de 2010

Avatar Murilo

A histeria coletiva e os vampiros

 

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O povo europeu na Idade Média era cercado de mitos e superstições. Milhões de pessoas foram condenadas à fogueira por acusação de prática de bruxaria e muitos navegadores temiam o ataque de monstros marinhos em explorações por mares ainda desconhecidos. Por isso não é de se estranhar que os vampiros fossem tidos como seres reais e muitos foram mortos sob acusação de ser um deles, em um misto de histeria coletiva e ignorância.

O pior de tudo é que uma série de fatores corroboraram para o fortalecimento da crença. Semelhante aos lobisomens, que podem ter tido o mito popularizado graças a uma doença chamada hipertricose, que causa o crescimento de pelos por todo o corpo; muitas pessoas dadas como vampiros poderiam ser portadoras de porfiria. Porfiria é uma enfermidade que faz as vítimas ficarem extremamente sensíveis à luz, ter dentes e boca avermelhados feito sangue. Por causa da sensibilidade ao Sol não saíam de casa antes do anoitecer, ficando cada vez mais pálida. Um prato cheio para a população da época, que não hesitava em cravar uma estaca no peito de quem julgasse ser um vampiro.

Aliado a isto, o parco conhecimento do processo de decomposição dos cadáveres, que ainda não haviam sido objeto de estudos mais detalhados. Graças a isso vários mortos foram tomados como vampiros ao terem suas tumbas abertas. Alguns por estarem em solo seco, quente e arejado, ainda apresentavam seus corpos preservados, como se ainda estivessem vivos, num processo conhecido como mumificação natural. Outros davam a impressão de ter as unhas e cabelo em constante crescimento e muitas vezes o defunto era encontrado com sangue na boca. O que o que os europeus da época não sabiam é que ao se decompor o corpo refluía, dando a impressão de que as unhas e fios de cabelos cresciam com o passar do tempo; e que a saída de sangue pela boca e outras cavidades era uma reação comum durante a decomposição. O resultado disso? Milhares de corpos carbonizados ou com uma estaca cravada no peito.

Embora o que aqui seja de séculos atrás a crença em vampiros ainda persiste. O mais recente caso data de 2005 na Romênia. Lá, descobriu-se que o cadáver de um homem chamado Petre Toma havia sido e degolado e uma estaca foi cravada no seu peito. Os familiares admitiram ter sido os responsáveis por isto. Segundo eles, alguns parentes adoeceram e esta era a única forma de se safar da morte certa. O que me faz pensar que não importa o quanto a ciência e a comunicação avancem. O mito dos vampiros sempre sobreviverá em algum lugar.

 

PS: Estou pensando em escrever algo semelhante a este post em relação às bruxas. Deve sair antes do Corinthians ganhar a Libertadores.

7 Comentaram...

Roberttojr disse...

O mito dos vampiros desde os primórdios (como dito no post) sempre despertou grande curiosidade nas pessoas e hoje, exerce em pleno século XXI grande fascínio como outrora.

O que muito me aborrece é a destruição desse mito que tem acontecido hoje em dia, em virtude desses lixos que tem surgido o mito dos vampiros vem sendo deturpado transformando os mesmo em fadas brilhantes que nada tem a ver com a real história desses "indivíduos" que ao longo dos séculos nos facinam.

Parabéns pelo post Murilo,

Abraço.

Fernanda Arantes disse...

Esse da Romênia juro que não sabia. Crendice humana é uma coisa de louco, e continuara mesmo que a ciência avance cada vez mais.
Já leu "Esquisitologia"? Tem um capítulo sobre crenças e superstições.

Murilo Andrade disse...

@Roberttojr
É como dizem. Vampiros são domínio público e qualquer um pode fazer o que quiser com eles sem precisar dar satisfação a ninguém. Prefiro ler Anne Rice!

@Fernanda Arantes
Ainda não li. Na verdade fiquei sabendo agora sobre esse livro. Vou procurar.

Gerson disse...

Parabens pelo post.
PS: O post sobre as bruxas vai demorar a sair... bem provavel q não saia este ano!

Yamato disse...

Antes do Corinthians ganhar a Libertadores? Então não tenha pressa e faça tudo com muita, muitissima calma.
Brincadeiras à parte, é poor causa destas baboseiras e crendices que muitas "religiões" se dão bem, seja abusando de crianças, seja extorquindo o dinheiro dos fiéis. Quanto aos vampiros garanto que existem, só que atendem por outros nomes: vereadores, prefeitos, deputados, ministros, advogados, governadores e mais uma imensa renca que não haveria espaço aqui para elencar todos.

kassio disse...

murilo mandou bem no post!
E só para lembrar aos caros leitores, que na Romênia em meados do século XV especificamente na Transilvania, existiu um camarada chamado de Vlad Tepes ou Vlad o Empalador, pois o mesmo tinha o domínio da técnica da empalação aprendida com os Otomanos e a utilizava contra os seu opositores. Além de ter o prazer de ver o sofrimento destes, Vlad aparava o sangue em uma bacia e o bebia. O voivoda é inpiração para o conde Drácula romance de Bram Stoker.

Akira Mistika disse...

Isso ai, Murilo !!!
Anne Rice sempre vai ser a melhor escritora de romances vampirescos, além de Bram Stoker.Isso é indiscutível, o resto é mera porcaria literária....

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