segunda-feira, 8 de março de 2010

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YES, WE PLAY!

Por Anna Diniz

 

Gamer_Girls

Tudo começou quando eu ganhei meu Super Nintendo. Não, tudo começou com o Mega Drive do meu primo... Não! Deve ter começado com o Nintendinho dos vizinhos dele ou... Quer saber? Não importa! Se eu fosse mais velha, tenham certeza de que eu teria começado com o Atari. Ou com o Pong!

Posso dizer que eu sou uma geek no amplo sentido da palavra, mas a minha grande paixão sempre esteve nos videogames. Sou, portanto da espécie Gamius geekius e tenho muito orgulho dos meus cromossomos XX.

Por muito tempo estivemos escondidas. Por muito tempo fomos alvo de preconceitos na sala de aula. “Nossa, mas como assim você gosta de videogame?” – ouvíamos quando deixávamos escapar sobre nosso apreço por jogos eletrônicos. Na época, videogame ainda era “coisa de menino” - mesmo já vivendo em um mundo em que a mulher saiu da boca do fogão e ocupa todas as áreas do mercado de trabalho. Ridículo, não? Já tivemos medo de que nossos ‘rolinhos’ soubessem que éramos gamemaníacas no período de ficante. Já pensou? Deixar escapar “Então, estou no ranking do Halo 3. Se quiser, podemos jogar uma partidinha. Não se preocupe, eu pego leve.” (o.O). Devo dizer que conheço muitos garotos que também têm medo de revelar para a garota que estão conhecendo que eles – sequer - possuem um console. “Eu não, vai que ela acha que sou um crianção” (esse negócio de ser o macho-alfa-provedor nunca vai acabar não, meninos?). Vale mencionar que, infelizmente, é assim que a maioria das garotas ‘plain’ (e.g. que não são geek. Evito usar o termo ‘normal’) pensa. Me entristece dizer, mas a maior parte do preconceito vem delas, na forma de comentários, sussurros e bullying. É por isso que tínhamos tanto ‘tato’ na hora de dizer para novas amizades e pessoas que nos interessam que a gente joga videogame. Na internet é tudo mais fácil, ao colocar especificações no seu perfil. Mas isso não acontece na maioria das vezes na vida lá fora. Que, diga-se de passagem, se fosse um jogo teria um storyline bem meia-boca.

A primeira levantada de bandeira de game girls que eu me lembro foi na revista Super Game Power. Lembram? Era através da personagem Marjorie Bros., que resenhava os jogos, que o poder feminino nos controles começou a ser representado. Eu lembro que havia uma coluna chamada Jogo Frágil que mudou para Rosa Choque (comandada pela Marjorie), sob cartas, cartas e cartas de protesto das meninas que jogavam. Só tivemos sossego e paramos de nos sentir sozinhas na época da Internet, quando os fóruns, sites e comunidades de “garotas que jogam videogame” pipocaram por aí. Descobrimos que somos muitas e quebramos barreiras.

Qual garota game geek que nunca teve como heroína a Lara Croft? Que nunca quis estar na pele dela ou pensou em uma situação difícil “What would Lara Croft do?” Tenho certeza que muitas de nós nos emputecemos ao ler “Sorry Mario, our princess is in another castle!”, nos indignamos quando um Hunter nos arrancou a cabeça em RE1 e nos emocionamos com Final Fantasy e descontamos nossa TPM em God of War. Já mexi meu controle para os lados tentando fazer curva fechada nos jogos de corrida e apertei todos os botões ao mesmo tempo. Participava de torneios de Mortal Kombat na locadora. Já quis que meu controle virasse sabre de Luz em Star Wars. Tentei jogar Guitar Hero com a guitarra atrás da cabeça. Já tive penei dias com puzzles sem querer olhar no detonado. Já joguei Silent Hill à noite, sozinha com as luzes apagadas. Eu me pelo de medo, mas ele é um dos meus jogos preferidos pela complexidade de como ele foi construído (fala aí, Pyramid Head não é lindo?).

 

lara_croft_tomb_raider_anni

No geral, game girls são mais persistentes. Perfeccionistas. Não sossegam enquanto não zerarem com 100% e abrirem todo o armário de “acessórios” que um jogo pode oferecer. Porque amamos acessórios! E, na maioria das vezes, gostamos de “saborear” o jogo. Prestar atenção nos detalhes do cenário, da trilha sonora, na harmonia estética e principalmente na storyline. É raro jogarmos só “pra zerar e matar bichos”. Funciona da mesma maneira para nós como funciona nas demais áreas da nossa vida. Tem que ter emoção, paixão e significado!

Sim, somos garotas, somos geeks, nerds de toda subespécie. Somos da fatia da população que pensa. E isso assusta. Mas não temam, somos garotas e amamos ser tratadas como as ladies que somos. Estamos aqui para quebrar preconceitos. E não raro, nós detonamos.

Sejam bem-vindos ao clube da Luluzinha do NSN. E não vai faltar bom humor, informação e enormes doses de charme! *pisca*

Stay Tuned!

15 Comentaram...

Anderson ANDF disse...

A foto no começo deste artigo é um barato. Já tinha visto em outro lugar. Vou usar em meu blog. Feliz Dia da Mulher a todas!

Anônimo disse...

muito bom o texto, é raro meninas que jogam jogos mais hardcores a maioria que eu conheço gosta só de jogar os joguinhos do Wii

Gringo disse...

Não deveria ser "Geekius gamius", uma vez que "Geekius" seria o gênero e "gamius" a espécie?

Bem-vinda ao NSN, feliz dia das mulheres!

Rápido disse...

Ótimo texto, Anna! Realmente é legal que mais e mais as mulheres tomem gosto por videogames ou as que gostam não fiquem se escondendo. No fim das contas, os jogos eletrônicos são mais um meio para machos-alfa e viúvas negras se aproximarem pelo simples prazer de um hobby em comum e não mais uma vertente da interminável guerra dos sexos.

E dia da mulher é todo dia, assim como dia das crianças, do índio, dos pais, das mães, da avó, do padeiro, do jornalista, etc. Feliz todos os dias, gamemaníacas.

Genilson Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Genilson Ribeiro disse...

Gostei muito da parte "É raro jogarmos só 'pra zerar e matar bichos'". Muito bom.
Parabéns pelo texto, show de bola!!

Thiago Fernando disse...

Preciso urgentemente de uma dessas, pra passar minhas noites de Trilógicas de Sexta, Sabado, e Domingo. Imagina só ;D

Neko disse...

É isso ai!

Nós she-nerds existimos sim e adoramos jogar video game sim!

Muito bom o texto colega ^^

O mais interessante é que ainda existem pessoas que se surpreendem quando a gente confessa que gosta dessas coisas XD

Mandinha disse...

encontrei alguem que nem eu *-*' *abraça anna*
hauhauahuhahua
descontar tpm com god of wars é mto bom , meu namorado me chama de loka quando eu insanamente arranco cabeças e espalho sangue por ai *-*
e como só nós garotas conseguimos ver as personagens mulheres como PERSONAGENS ¬¬ pq tem uns aiq só vem como um par de peitos com armas

ahhh bulling...tristes epocas da escola u.u agora junte o mangá aos games e tá feita a magica pra acabar com nós pobres minininhas que gostam de games

MAAASSSS tudo da vida vira não é? agora eu tenho um namorado que adora jogar video game comigo , liguei o foda-se pra qualquer um que me enche o saco com esse papo de game é pra crianças e sou feliz \o/

adorei seu post ^^~

abrete disse...

Sensacional o artigo! Bom... eu não tinha a manha de jogar Silent Hill sozinho. Quanto menos no escuro! hehe!

Marcelo disse...

Eu não tenho nem nunca tive um video-game! Mácula terrível na alma de uma criança sonhadora! Nunca me dei bem depois de desejar sem sucesso um mero Master System 1... Só Diablo 1 e 2 e Unreal Tournament. CS? Morria antes de comprar as armas.
Tb não dirijo nem sei nadar. Sei andar de bicicleta :P
Ah!!! Na figurinha lá em cima, é pouca vergonha, é golpe baixo! Como se concentrar num jogo com a cabeça logo ali e a tentação atrás?

Anônimo disse...

O que posso dizer? Comecei com um atari ;) mas nem sofri preconceitos... ^^ e sim, um jogo tem que ser desmontado até não ter mais nada a ser jogado... não entendo como os meninos podem só gostar das guerras dos mmos... as quests tbém são divertidas ^^ Adorei seu texto!!! Vlw!!!

Douglas&Mari disse...

Finalmente conheci mulheres que gostem de video-games. Por que voces demoraram tanto para aparecer? Tem namorado Anna? rs

Anônimo disse...

Ok, fiquei impressionado ao ler o seu post.
Porque você é uma mulher gamer? Não! Por incrível que pareça, é porque você é uma pessoa que realmente gosta de games!! Fico devende, lá no meu blog, uma escala colocando os diferentes níveis de contato das pessoas com videogames e suas descrições (do "que odeia" , passando pelo "que pensa que gosta", indo ao "que gosta" de games).

Seriously, pelo seu texto, percebi que você se enquadraria no grupo "gosta de games", isso é, joga, aproveita todo o conteúdo (música, história, considera que é cultura, etc) dos games. Coisa que é MUITÍSSIMO rara de se acontecer (pelomenos nos meus arredores: incluindo eu mesmo, acho que só conheço 2 pessoas que gostam de verdade de videogames na cidade inteira, sendo que um deles é meu irmão! O resto, em sua maioria, não são mulheres e só pensam em zerar o jogo -daqueles que, se possível, baixaria um save até de um rpg só pra dar o último ataque no chefe final, such things...). Por aqui, preciso ter cuidado redobrado pra não falar pra qualquer pessoa que eu gosto de games, e mais ainda ao querer falar que compro jogos originais(pra maioria, os "joguinhos").

É a primeira vez que visito a sessão de GAMES do blog, e, admito, fiquei bastante impressionado. Meu blog precisa de um artigo parecido. Parabéns!!

...Até mais!

Anônimo disse...

amei!!!
simple assim! sem tirar a complexidade da frase!
eu jogo desde que me entendedo por gente!
sinto muito, mas boneca pra é a Princesa Daisy(mario) eu vinha como uma loca do otto pra passat a noite jogando! foi o primeiro consele que me lembro e adivinha eu tenho ele ate hoje! com orgulho! sempre sofri com isso por jogar video game: mas a verdade é que eu sempre dei dicas! éh eu posso! nem todo mundo sabia mas quase sempre o pessoal vinha pedir dicas pra mim! é eu superei! uhu! geek !
video game é uma necessidade na minha vida!

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