domingo, 10 de fevereiro de 2008

Avatar FiliPêra

Cloverfield









J. J. Abrams cada vez mais começa a colher os frutos de sua brilhante produção na megassérie Lost. Primeiro dirigiu foi Missão Impossível 3, e tornou-o o melhor da série e agora produz Cloverfield; sem esquecer Lost, que cada vez mais aprofunda-se nos mistérios, prendendo cada vez mais espectadores. Mas o assunto aqui é Cloverfield, ficando Lost para muito
breve.

O primeiro filme que vem à cabeça quando se começa a assistir Cloverfield é A Bruxa de Blair; filme que considero uma obra-prima, apesar dos mais antenados conseguirem liga-lo a Cannibal Holocaust, produção barra-pesada de terror. O primeiro aspecto que se sobressai é seu estilo de filmagem: uma câmera amadora registra todas as cenas (de uma forma amadora, lógico),
então espere solavancos, câmera trepidando constantemente e fotografia abaixo dos padrões do cinema. Mas tal esquema foi muito bem pensado, contribuindo e muito, para facilitar (e dificultando sob certos aspectos) a construção do filme em si.

A história (não que a história seja de suma importãncia) gira em torno de Rob. Ele está de mudança para o Japão, pelo fato de ter sido promovido a vice-presidente de uma firma qualquer, e seus amigos preparam uma festa surpresa para ele. Um dos seus amigos é escolhido para fazer imagens e colher depoimentos da festa. Assim que ele chega a alegria é geral...até que um tremor é sentido. A partir daí o filme mostra a que veio. Mesmo que você tenha lido inúmeras resenhas contando todo o filme, visto trailers, ter ouvido amigos contando sobre as sensações que o filme provoca, você não está preparado para o que vem a seguir.
Um monstro de proporções Godzíllicas começa a destruir a cidade. A decisão primordial da direção é esconder o monstro, e tal
feito, contribui, e muito, para aumentar ainda mais o nível de tensão.



E assim que os amigos chegam à rua eles vêem um grande objeto acertando um prédio próximo. Que objeto era esse? A própria cabeça da Estátua da Liberdade!!! A partir prepare-se para cenas de destruição a cada momento e a tensão levada ao extremo, com pequenas pausas unicamente para seu cérebro descansar. Basta dizer que nos EUA várias pessoas passaram mal durante a
sessão devido às constantes corridas com câmera na mão feitas cinegrafista, que vira documentarista (para ter uma idéia das cenas: imagine o final de A Bruxa de Blair naquela casa, coloque mais tensão, uma cidade em caos e destruição em massa).

Apesar das semelhanças com a Bruxa de Blair várias diferenças podem ser percebidas. No filme da bruxa houve uma preocupação de construção de personagens, tensão e do mito da Bruxa; aqui vai tudo direto para a ação. Então não espere saber da onde vem o monstro, como mata-lo entre outras coisas. Se isso tudo é vantagem ou desvantagem, vai de cada um.



Daí para frente o filme as cenas de terror mais tensas dos últimos tempos, ficando pau a pau (guardadas as devidas proporções) com as cenas finais de O Iluminado, de Stanley Kubrick. Quando estiver assistindo as cenas feitas no metrô, ou as que se passam no prédio de uma das personagens, você vai lembrar das minhas palavras.

Mas tal experiência tem um preço: assisti-la fora do cinema compromete metade da graça. Por que? Simples. Toda a tensão é construída tendo o espectador como mais um personagem da trupe, e tudo isso depende de se estar devidamente preparado para tal experiência. Assistindo em casa fica-se a mercê de inúmeros fatores externos como o barulho, luzes, intromissões, pausas, entre muitas outras.

Cloverfield pode não trazer muitas inovações no quesito cinema, mas é o melhor investimento quando se busca ação, terror, suspense, tensão e diversão; tudo em um único e excelente pacote.



Diretor: Matt Reeves
Duração: 85 min
Nota: 8,5


FiliPêra

comente primeiro!


Layout UsuárioCompulsivo