sábado, 15 de setembro de 2007

Avatar FiliPêra

HyperEspaço nº 4

A Máquina de Fazer Salsichas - Parte 1


Por FiliPêra


Obs: Essa seria minha primeira HyperEspaço, mas acabei por falar mais sobre o Blog.


Toda e qualquer adaptação, por si só, já soa duvidosa. Não importa de que estamos falando. Mas
quando falamos de adaptação de obras de arte (cinema e quadrinhos, aqui no nosso caso) a coisa
não pode dar certo mesmo. E é o que geralemente se vê por aí.Falarei aqui de adaptação de Histórias em Quadrinhos para o Cinema, e em menor grau de filmes para quadrinhos.





O fênomeno não é recente e não vamos discorrer sobra as primeiras adaptações e etc. A primeira adapatação que eu vi foi o filme Flash Gordon (embora na época eu não soubesse disso), gostei muito (aqui vale a regra dos quinze anos: não confie no seu gosto cinematográfico antes de completar 16 anos) e tal. Depois assisti Dick Tracy (esse eu sabia que era adaptado, mas nunca li nada do personagem).



Mas, adiantando a história, chegamos as adaptações modernas, que tiveram início no mega-sucesso Batman. Podem virar a cara nos dias de hoje, mas na época não teve quem ficasse livre do super-esquema de marketing que cercou a filme; tendo inclusive inaugurado o sistema de merchandising, com inúmeros produtos para atrair, principalmente, as crianças. Antes dele havia chegado as telonas Superman - O Filme. Os dois longas tinham uma coisa em comum: eram baseados em personagens conhecidíssimos, dentro e fora das HQ's. A enxurrada de adaptações só viriam após uma longa peregrinação até se tornar a força que é hoje em Hollywood. O mais engraçado é que os personagens que mais ajudaram nesse feito eram quase que inteiramente desconhecidos do grande público. Tratam-se de: O Maskara, de John Arcudi e Doug Mahnke; e o Corvo, de James O'Barr. A primeira vantagem era óbvia, sem um monte de fãs para detratar possíveis "erros" no filme, os produtores tinham mais liberdade para adaptar o material (e pode ter certeza que eles gostam de tal liberdade). O Maskara, por exemplo, tinha sido planejado para ser um filme de terror (assim como nos quadrinhos); acabou virando uma comédia, que acabou por tornar Jim Carrey um astro. Após esses dois filmes, Hollywood aprendeu que não era necessário ter personagens famosos para poder obter algum lucro com filmes de quadrinhos. Não vou nem comentar as adaptações de O Juiz (1995), O Fantasma (1996) e Spawn (1997); todas muito ruins. As únicas adaptações que geraram um bom lucro da segunda metade da década de 90 foram: Batman Eternamente (1995) e Homens de Preto (1997).
Os Homens de Preto tiveram dois bons filmes (alguns odeiam o segundo, mas há de se admitir que não é tão ruim assim) e quanto ao Homem-Morcego...duas palavras: Batman e Robin!Mas faltava alguém grande entrar no negócio para ele realmente engrenar (a DC já colecionava fracassos retumbantes), e foi aí que a Marvel entrou no negócio, com Blade. Após o sucesso do vampiro a Marvel começou um grande projeto para entrar pela porta da frente em Hollywood: X-Men, um ícone nas HQ's (eles foram por muito tempo os maiores vendedores de exemplares) com muitíssimos fãs.
Resumindo: toda a sobrevida das HQ's no cinema dependia do sucesso dessa adaptação. E não deu outra; o filme foi um sucesso e percebeu-se finalmente que as HQ's haviam chegado pra ficar e a Marvel entrar de cabeça no mundo cinematográfico.
Veio após um tempo Homem-Aranha, surpreendente sucesso de público, que acabou se tornando a quinta maior bilheteria da história. A partir daí o gargalo se abriu e começaram a pré produzirem inúmeras adaptações quadrinísticas. Mas é claro que não é possível lançarem um Homem-Aranha por ano, e começaram a pulular (e ainda estão pululando) porcarias que visavam unicamente o lucro, com deturpações terríveis do material original, mas falaremos delas depois.Após o filme aracnídeo chegou X-Men 2, bem melhor que o primeiro, e com o mesmo respeito a origem. Hulk também chegou também por essa época, mas o tom dramático usado pelo diretor Ang Lee acabou afastar o filme das grandes bilheterias. A Marvel, já com uma divisão cinematográfica criada, então, decidiu investir de vez no potencial dos seus personagens. Chegaram então Demolidor (2003), que acabou rendendo mais de 100 milhões e gerou Elektra, filme que enfoca o caso amoroso de Matt Murdock. Vieram nessa esteira também Mulher-Gato (da DC), lixo completo, sem nenhuma trama (ela ganhou até super-poderes) e como consequência fracasso retumbante.

Espaço para as Independentes

Mas nem só de super-heróis sobrevivem as adaptações de HQ's. Talvez a maior adaptação
independente seja Hellboy, comandada por Guilhermo DelToro. O personagem foi bem adaptado, e com sucesso para as telas. Depois veio Do Inferno, com Johnny Depp. Só o fato de tentarem adaptar essa obra para o cinema mostra toda a coragem e disposição (e fome)dos produtores hollywoodianos. A HQ, escrita pelo mestre dos mestres Alan Moore, é absolutamente inadaptável para qualquer obra audiovisual, com suas 600 páginas e inúmeras referências ao
paganismo, sobre a época vitoriana e a maçonaria. O grande diferencial da obra é mostrar todos os crimes de Jack, O Estripador sob o ponto de vista...do próprio assassino. Não vamos adentrar
muito na HQ, pois ela será resenhada em breve. Já no filme o detetive vira o personagem principal e até uma mulher sobrevive a um ataque do Estripador.Outro marco das HQ's independentes é Anti-Herói Americano (American Splendor), com seu humor
ácido e inteligente, mostra definitivamente que se pode adaptar sem mutilar.





Na madrugada (eu espero) eu vou lançar um panomara da atualida das adaptações de HQ's, além de comentar do futuro delas.


É NOZES!!!

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